Na Ciência da Informação, a mediação da informação se vincula diretamente ou indiretamente a toda ação que possibilita o encontro entre o sujeito e uma informação ou algo informativo, “compreende o processo de compartilhamento objetivo e intersubjetivo por meio dos quais os sujeitos envolvidos sempre geram significações.” (GOMES, 2014, p. 48). Cabe ressaltar que “é por meio da comunicação e do compartilhamento que os sujeitos constroem significações, promovem o encontro e a manifestação das subjetividades, colaborando para o desenvolvimento intelectual e reflexão crítica dos contextos que os circundam” (COLONO; CAVALCANTE, 2019).
Sob tal perspectiva, os portais de jornalismo de cunho ativista são potenciais fontes de mediação da informação para uma reflexão crítica, uma vez que aproximam os sujeitos à construção de novas percepções e significados dentro de suas realidades. Nesse sentido, Buitoni e Lopes (2018, p.23) destacam que “Um jornalismo ativista trabalha com informação e opinião, visando mudanças de consciência e de atitude”. Desse modo, o trabalho teve como objetivo analisar como ocorre a mediação da informação em relação ao conteúdo sobre enfrentamento à violência contra a mulher na “Revista AzMina”, portal feminista de jornalismo ativista criado em 2015, com a missão de promover a equidade de gênero por meio da informação e da educação, considerando especificidades de raças/etnia, classe e orientação sexual e identidade de gênero (AZMINA, s.d.).
Para tanto, foi realizada a Análise de Conteúdo de Laurence Bardin para identificação da temáticas abordadas no portal, tendo como recorte a violência contra a mulher. A análise permitiu identificar as seguintes temáticas sobre violência contra a mulher: violência doméstica, feminicídio, assédio sexual, pornografia de vingança, relacionamento abusivo. A partir do conteúdo abordado nas temáticas apresentadas, a “Revista Azmina” promove a interlocução aos cenários de violências que acometem as mulheres, fomenta discussão sobre a construção social de tal violência e traça um posicionamento contra a misoginia, machismo e sexismo.
Foi possível compreender que a “Revista AzMina promove a mediação da informação no enfrentamento à mulher, contribuindo às reflexões críticas sobre tal temática, uma vez que veicula conteúdo jornalístico com pautas feministas que elucidam os direitos das mulheres, direciona os caminhos para denúncias, aborda relatos de mulheres que passaram por algum tipo de violência. Nesses sentido em contato com tal conteúdo, outras mulheres podem se reconhecer e buscar ajuda, corroborando na ação de interferência almejada pela mediação da informação. Portanto a partir da mediação da informação a “Revista AzMinas” atua como instrumento potencializador para evidenciar e romper com estereótipos hegemônicos presentes em veículos midiáticos, bem como se constituir como um espaço de luta e visibilização das pautas feministas, com por exemplo, o fim da violência contra as mulheres.
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