Pesquisadoras Decisivas da Economia Política da Comunicação Brasileira

  • Autor
  • Karime Peres Vilela
  • Resumo
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    Bolaño e Santos (2018) relatam que a Economia Política da Comunicação (EPC) visa partir de uma base interdisciplinar, dialoga com outras disciplinas, para dar conta do que é o fenômeno da comunicação na atualidade. Pensando na produção de comunicação, distribuição e consumo. Isso se dá por meio de relações de poder e que são desiguais, tem a ver com estudos demercado, com o papel do Estado, comunicação comunitária e funcionamento das indústrias culturais. 

    A Revista Eletrônica Internacional de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura (Eptic) têm 21 anos de existência, sendo quadrimestral. É a principal revista brasileira em EPC e, desde 1999 sua apresentação é elaborada por César Bolaño, um dos idealizadores da Eptic. A Eptic é o objeto de pesquisa deste trabalho, a intenção é uma abordagem quali-quantitativa, que auxilie nos questionamentos sobre as relações de gênero na revista.

    Analisando a Revista Eptic, encontramos alguns nomes frequentes: Ana Veloso, Anita Simis, Helena Martins, Suzy Santos e Verlane Aragão Santos. O objetivo é exaltar essas pesquisadoras e identificar outras, pesquisar seus trabalhos e diagnosticar suas contribuições para a EPC brasileira.

    Os donos dos meios de produção no século anterior empregavam mulheres pela baixa remuneração que elas aceitavam, fala Beauvoir (1989). Concepções machistas enalteceram o preconceito, fazendo com que a mulher estivesse na condição de membro da família e não como produtora do trabalho. Para Albornoz (1985), a mulher que decide seguir outro caminho sem ser o casamento e a maternidade precisa vencer pressões, que ao longo do tempo voltarão sob formas disfarçadas. Bourdieu (2000) discorre que o cuidado é um objeto de conhecimento que estrutura formas de percepção, pensamento e comunicação e que tendem a produzir estruturas de dominação.

    A dominação é sem sujeito por sua essência, e esse patriarcado sem sujeito é resumido em “o valor é o homem”, observa Scholz (2017). Quanto mais desenvolvida é a esfera pública, menos nítida é a presença do patriarcado. A disparidade entre os sexos é uma mecânica moderna, em que a dissociação do valor é seu fundamento e a desigualdade de gênero sua expressão.

    Portanto, este trabalho busca realizar uma pesquisa sobre as mulheres da EPC brasileira, fazendo uma relação com o patriarcado, a conexão forjada das mulheres com as atividades de cuidado, a dificuldade delas em não pertencer ao jogo político. Isso também permeia as instituições acadêmicas, por serem mulheres latinas (fora do eixo central), dificulta a visibilidade e a viabilidade de suas pesquisas. O presente trabalho é uma tentativa de fazer essa análise, destacar as principais pesquisadoras que 'sobrevivem' nesse cenário e desenvolvem trabalhos de relevância, mesmo com todos os entraves.

     

     

  • Palavras-chave
  • Pesquisadoras decisivas; Revista Eptic; relações de gênero.
  • Área Temática
  • GT 8 – Estudos Críticos sobre identidade, gênero e raça
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