INTRODUÇÃO: Racismo é a discriminação social baseada na falsa ideia de que a espécie humana é subdividida e que há a superioridade de uma sobre às outras em relação a cor da pele. Trata-se de um pensamento depreciativo e discriminatório, no qual não é embasado em critérios científicos, já que do ponto de vista biológico é incorreto falar em raças humanas. No Brasil, o racismo é crime previsto na Lei n° 7.716/1989, e configura-se como inafiançável e imprescritível, ou seja, quem cometeu o ato racista pode ser condenado mesmo anos depois do crime. No que tange a saúde, seu direito está expresso na constituição federal em seu artigo 196, porém, como o Brasil é um país em que existem desigualdades, a população negra têm muitas vezes esse direito negado ou dificultado, evidenciando ainda mais essa assimetria social que existe. Ademais, esse ato discriminatório ocorre de forma mascarada nos serviços de saúde ao tratar o paciente de forma antiquada, utilizar expressões e termos preconceituosos, negar atendimento, ocasionando dessa forma, prejuízos à saúde dessa população. OBJETIVO: Realizar um levantamento teórico para averiguar quais os impactos do racismo na saúde da população negra. METODOLOGIA: Consiste em uma revisão integrativa, na qual a busca por referências foi realizada em maio de 2023, nas seguintes bases de dados: PubMed, SciELO e LILACS. As palavras-chave, definidas com auxílio dos Descritores em Ciências da Saúde foram: Desigualdade Racial em Saúde, Saúde da População Negra e Racismo Sistêmico. Os critérios de inclusão foram artigos publicados entre 2019 e 2023, escritos em português e de acesso gratuito, já os critérios de exclusão foram artigos duplicados e fora do escopo proposto. Foram lidos e selecionados para compor a amostra final, sete artigos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Conforme evidenciado na literatura, a prática do racismo fere os princípios da dignidade humana e associa-se a vários desfechos desfavoráveis à saúde da população negra, diminuindo sua qualidade de vida, afetando tanto seu bem-estar físico quanto psicológico, uma vez que tal prática corrobora para a diminuição da procura pelos serviços de saúde, logo este grupo torna-se mais vulnerável para o desenvolvimento de doenças e agravos que poderiam ser evitados através de uma assistência multiprofissional adequada e holística. De acordo com os estudos analisados, o racismo impacta também no autocuidado do indivíduo, uma vez que a assistência é muitas vezes dificultada ou prestada de forma superficial, na qual não há esclarecimentos e repasse de informações essenciais para o autocuidado em saúde, evidenciado principalmente em regiões mais periféricas nas quais os índices educacionais tende a ser menores. Outro ponto importante a ser ressaltado relacionado a assistência inadequada diz respeito a subnotificação de doenças e agravos, bem como a diagnósticos errados desencadeando em consequências desastrosas à saúde dessa população. Ademais, algumas patologias e condições clínicas acometem todos os grupos populacionais, mas são agravadas quando incidem em mulheres e homens negros em razão das desigualdade psicológicas, sociais e econômicas geradas pelo racismo a qual são expostos, e entre os exemplos dessas doenças agravadas derivadas de condições socioeconômicas desfavoráveis estão: desnutrição, doenças cardiovasculares, anemia ferroativa, infecções sexualmente transmissíveis, doenças relacionadas ao trabalho, transtornos mentais resultantes da exposição ao racismo, transtornos derivados do abuso de álcool e drogas, bem como são mais suscetíveis a sofrerem violência física, além da psicológica e moral. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante do supracitado, ao observar a saúde de maneira integral, é possível evidenciar como é histórico o prejuízo na saúde e nas condições sociais e econômicas desencadeada pelo racismo, fazendo com que as pessoas negras sejam marginalizadas, as distanciando dos cuidados médicos de forma adequada e humanizada, fazendo emergir condições ainda mais agravantes a sua saúde e abalos psicológicos pela discriminação racial afetando a saúde emocional, o que traz consequências também para a saúde física. Portanto, torna-se imperativo que os profissionais da saúde qualifiquem-se, busquem conhecimentos a fim de erradicar esse pensamento retrógrado. Dessa forma, é primordial o estímulo a discussões sobre a temática, bem como o desenvolvimento de mais estudos que, além de dar visibilidade às iniqüidades, possam contribuir para a compreensão de como as discriminações atuam sobre a saúde da população negra, considerando também as diversidades étnico-raciais nas diversas regiões do país.
ISBN registrado: 978-65-981095-3-0
DOI GERAL DO EVENTO: https://doi.org/10.55664/2comciencias2023
Título: SEGUNDO CONGRESSO INTERNACIONAL MULTIDISCIPLINAR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE, BIOLÓGICAS, SOCIAIS E HUMANAS APLICADAS
Subtítulo: II COMCIÊNCIAS
Formato: Livro Digital
Veiculação: Digital
Instituição organizadora
Editora Lion Publication e Consultorias
Comissão Científica
Cistiano Pereira Sena
Eduarda Albuquerque vilar
Patrick Gouvêa Gomes
Ana Cláudia Rodrigues Silva
Ana Caroline Belfort Dominice Braga
Ana Karoline Alves da Silva
Cleiciane Remigio Nunes
Cristiane Santos Santana
Joelma Maria dos Santos da Silva Apolinário
Lucas Silva Peixoto
Luys Antônio Vasconcelos Caetano
Priscila Ramos Figueiredo Cunha
Rayssa da Silva Sousa
Roberto Pereira Santos
Simony de Freitas Lavor
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