Introdução: As propriedades biológicas do Ácido Hialurônico (AH) relacionadas à capacidade hídrica e ao seu comportamento viscoelástico, conferem-lhe atributos únicos tornando-o adequado para diversas técnicas e distintos desígnios para aplicações estéticas visando a fixação ideal do produto. Se for executada corretamente, esta intervenção na estética é muito eficaz e segura, possuindo uma baixa taxa de complicações, mas eventualmente podem ocorrer algumas reações adversas extremamente graves. Objetivo: Identificar as possíveis complicações interligadas a aplicação do AH nos procedimentos estéticos. Materiais e Métodos: Constitui-se de uma revisão integrativa de cunho exploratório e descritivo, em que a busca bibliográfica foi efetuada em outubro de 2023 através das bases de dados: Science Direct, Medical Literature Analysis and Retrievel System Online (MEDLINE) via PubMed, Embase via Cochrane Library e Para elaboração da questão de pesquisa, utilizou-se a estratégia PICo (Acrômio para Paciente, Interesse e Contexto). Diante disso, a pergunta de pesquisa delimitada foi “Quais as possíveis consequências do uso do AH em procedimentos estéticos”? Os descritores foram selecionados através do Medical Subject Headings (MeSH): “Hyaluronic Acid”; “Cosmetic Techniques” e Esthetics, interligados pelo operador booleano AND. Como critérios de inclusão, foram considerados artigos originais publicados no período entre 2013 e 2023, nas línguas inglesa e portuguesa, estudos relacionados a humanos que abordassem a temática e permitissem acesso integral ao conteúdo, sendo excluídos aqueles não possuíam texto completo disponível, bem como aqueles que não apresentavam correlação com o tema. Identificaram-se no geral 727 artigos, em que 701 foram eliminados com base nos critérios de exclusão e inclusão. Após leitura criteriosa das publicações restantes, 10 foram selecionados para a análise final e construção da revisão bibliográfica acerca do tema. Resultados: Embora a aplicação do AH em procedimentos estéticos, seja considerado seguro de acordo com a literatura, o mesmo apresenta complicações ou efeitos adversos, sendo divididas em reações precoces e tardias. Os efeitos precoces são aqueles a partir do dia da aplicação até 15 dias posteriormente à aplicação, sendo eles: Eritema, edema, hematoma, infecção inflamatória, equimose, efeito Tyndall, reações alérgicas, nódulos ou abscessos no local da aplicação e necrose tecidual. Já os eventos tardios são aqueles que ocorrem de seis a 24 meses após o procedimento, sendo estes: Edema persistente, granulomas e cicatrizes hipertróficas. Estes efeitos podem ser gerados ??por uma reação alérgica ou imunitária aos componentes proteicos inclusos na solução do AH e podem ser tratados com injeções locais de hialuronidase. Aproximadamente 80% das aplicações geram eritema e edema em decorrência dos danos teciduais e podem durar horas ou dias, respectivamente. O efeito Tyndall é uma coloração azulada em consequência de vestígios de hemossiderina após lesão vascular e/ou refração visual posterior a um agravo vascular, devido a aplicação de forma superficial de AH que, além de tindalização, pode levar ao aparecimento de nódulos e/ou pápulas. Esses nódulos precoces não eritematosos se originam quando há presença de excesso de produtos na área dos nódulos tardios, que aparecem posteriormente a infecção e são acompanhados de sintomatologias inflamatórias. Além destes, os nódulos fibróticos palpáveis ??e indolores causados ??por granulomas transitórios também podem estar presentes. O AH também pode gerar reações imunológicas de hipersensibilidade, que vão desde a uma hiperemia simples até uma anafilaxia. Além disso, as injeções podem inserir bactérias da flora residente, especialmente Staphylococcus ou Streptococcus, que são eficientes em utilizar o AH como substrato. Esses microrganismos estão associados a infecções cutâneas ou sistêmicas que se manifestam através da febre e de calafrios. Outras complicações relatadas com menor frequência em outros artigos são prurido, perda de sensibilidade e escurecimento localizado, deslocamento do produto, angioedema labial, tenossinovite, pólipos uterinos, sangramento vaginal, nódulos papulocísticos, amigdalite aguda, nasofaringite e bronquite. Considerações finais: Compreende-se que a utilização do AH em procedimentos estéticos vem expandindo nas últimas décadas. Embora considerada segura e eficaz devido à sua biocompatibilidade, devem ser observados as possíveis complicações. Logo, o uso adequado requer um profissional qualificado, com amplo conhecimento da anatomia facial e compreensão da história clínica do paciente. É importante avaliar os riscos e benefícios desta aplicação e informar o paciente sobre todos os possíveis efeitos adversos para que uma decisão compartilhada e consciente possa ser tomada.
ISBN registrado: 978-65-981095-3-0
DOI GERAL DO EVENTO: https://doi.org/10.55664/2comciencias2023
Título: SEGUNDO CONGRESSO INTERNACIONAL MULTIDISCIPLINAR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE, BIOLÓGICAS, SOCIAIS E HUMANAS APLICADAS
Subtítulo: II COMCIÊNCIAS
Formato: Livro Digital
Veiculação: Digital
Instituição organizadora
Editora Lion Publication e Consultorias
Comissão Científica
Cistiano Pereira Sena
Eduarda Albuquerque vilar
Patrick Gouvêa Gomes
Ana Cláudia Rodrigues Silva
Ana Caroline Belfort Dominice Braga
Ana Karoline Alves da Silva
Cleiciane Remigio Nunes
Cristiane Santos Santana
Joelma Maria dos Santos da Silva Apolinário
Lucas Silva Peixoto
Luys Antônio Vasconcelos Caetano
Priscila Ramos Figueiredo Cunha
Rayssa da Silva Sousa
Roberto Pereira Santos
Simony de Freitas Lavor
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