Disfagia é a dificuldade em engolir alimentos, líquidos ou saliva, podendo comprometer a nutrição, hidratação e a segurança respiratória, além de aumentar o risco de aspiração e infecções pulmonares. Em crianças com atraso no desenvolvimento, a prevalência de disfagia varia entre 33% a 80%, os fatores que levam aos distúrbios da deglutição nas crianças incluem alterações motoras, defeitos congênitos, atraso no desenvolvimento global, problemas neurológicos e dificuldades de comportamentos. Em uma moradia assistida que acolhe 66 residentes com transtorno do espectro autista, a atuação da Fonoaudiologia é essencial para garantir a segurança alimentar e a qualidade de vida dos indivíduos. Dos residentes, 43 apresentam algum grau de disfagia, necessitando de adaptações específicas na consistência da alimentação para evitar riscos de aspiração. Além disso, 3 residentes utilizam alimentação por sonda nasoenteral devido à gravidade da disfagia. O trabalho da equipe de Fonoaudiologia é focado no rastreamento precoce da disfagia, na avaliação detalhada das necessidades individuais e na definição de estratégias para adequação alimentar. Entre essas estratégias, destaca-se a adaptação da consistência dos alimentos e líquidos, garantindo que cada residente possa se alimentar de maneira segura. As adaptações podem incluir texturizações específicas, como dieta pastosa, picada ou líquida espessada, conforme o perfil de deglutição de cada indivíduo. Outro papel fundamental da Fonoaudiologia é a realização de terapias específicas voltadas para a proteção das vias aéreas, utilizando exercícios e técnicas que fortalecem a musculatura orofaríngea e melhoram a deglutição. Essas intervenções buscam reduzir o risco de complicações respiratórias, como pneumonias aspirativas. O objetivo deste trabalho é destacar a importância da atuação fonoaudiológica na gestão da disfagia em indivíduos com transtorno do espectro autista em contexto de moradia assistida.
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