Palavras chave: TEA, musicoterapia, neuroplasticidade, neurociência.
Resumo: A vertiginosa crescente no número de casos de TEA diagnosticados é um fenômeno cercado de hipóteses, onde se faz necessário um aporte que viabilize atingir os objetivos pretendidos com esse indivíduo, assim como lidar com dificuldades impostas pela condição autista, como por exemplo a disfunção sensorial e os comprometimentos da função executiva, onde se reconhece a plasticidade cerebral realizada através da música, capaz de estimular a atividade neural da pessoa com TEA de forma significativa, a ponto de contribuir para o estabelecimento da integração sensorial, função executiva e consequente ganho comportamental desses indivíduos. Por sua ação projetiva, onde a observação de aspectos eficientes, ineficientes, incompletos e conflituosos do indivíduo tornam-se possíveis ( Gainza, 1988 ), a música é o caminho escolhido para a promoção da plasticidade neural. Enfatizamos a ampla variedade de representações neurais da capacidade musical e a relevância do prazer e do afeto como seus aspectos centrais (Gardner, 1994). As práticas musicais terapêuticas são tratadas nesse trabalho por uma perspectiva neurocientífica, de forma a considerar o fazer musical, sua compreensão, a experiência emocional da escuta musical, assim como sua relação com as áreas corticais do cérebro e com o sistema límbico ( Rocha e Boggio, 2013 ), possibilitando a formação de novas redes neurais no indivíduo com TEA a partir do entendimento sobre a forma em que a música é processada pelo cérebro. Essa neuroplasticidade, por meio da prática musical, demonstra ser uma importante ferramenta para o desenvolvimento cognitivo e emocional de pessoas com transtornos ou disfunções do neurodesenvolvimento, tendo em vista que a aprendizagem musical requer a percepção de estímulos simultâneos, bem como a integração entre funções cognitivas, áreas sensoriais e corporais, propiciando a ativação de vários circuitos neurais ( Muszkat, 2012).
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