A implementação efetiva do Atendimento Educacional Especializado (AEE) torna-se cada vez mais urgente, visto o aumento de estudantes com transtorno do Espectro Autista (TEA) na graduação em diversas áreas do Ensino Superior (ES), incluindo exatas e saúde. Portanto, apresentamos recursos e estratégias que podem ser utilizados para promover a inclusão efetiva e o êxito acadêmico, considerando as necessidades individuais e a responsabilidade social de todos os envolvidos durante a trajetória de ensino. A pesquisa se fundamenta na lei 9394/1996 que orienta os sistemas de ensino à realização do AEE, especificamente nos art. 4º, 58 §2º e art. 59 inciso I e em autores que discutem a importância de práticas pedagógicas inclusivas, como Mendes (2010), e Bosa e Miranda (2019), que abordam as características e necessidades educacionais de pessoas com TEA. O AEE no ES pode envolver adaptações curriculares, provas e materiais didáticos, o uso de recursos visuais e tecnológicos, a oferta de apoio psicopedagógico individualizado ou em grupo, e a implementação de estratégias de comunicação clara e objetiva. A criação de ambientes de aprendizagem estruturados e previsíveis, a disponibilização de espaços para descanso e a sensibilização da comunidade acadêmica são igualmente relevantes (Ganz, 2007). A colaboração entre docentes, profissionais do AEE, família e estudante é essencial para identificar as necessidades individuais e implementar as intervenções mais adequadas (Schirmer et al., 2018). Apesar dos avanços e todo o arcabouço legislativo brasileiro, desafios persistem na efetivação do AEE no ES, como a necessidade de formação continuada dos profissionais envolvidos, sejam eles com cargo acadêmico ou administrativo, e a garantia de recursos adequados, a partir da elaboração estruturada de um Plano de Estudos Individualizado (PEI). A superação dessas barreiras é necessária para assegurar uma trajetória acadêmica bem-sucedida para os estudantes com TEA, em consonância com os princípios da educação na perspectiva inclusiva.
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