O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por dificuldades na comunicação social, comportamentos repetitivos e presença de comorbidades como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), epilepsia, ansiedade, distúrbios do sono e alterações comportamentais, como agressividade, impulsividade e autoagressão. O tratamento dessas comorbidades frequentemente exige o uso contínuo de medicamentos psicofármacos, sendo a risperidona amplamente prescrita para o manejo da irritabilidade. No entanto, o acesso a esses medicamentos ainda é limitado e desigual, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS). Este estudo teve como objetivo analisar as evidências disponíveis na literatura científica sobre as dificuldades de acesso a medicamentos utilizados para o tratamento de comorbidades associadas ao TEA. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com buscas nas bases PubMed, SciELO, LILACS, BVS e Scopus, utilizando os descritores “Transtorno do Espectro Autista”, “Comorbidade”, “Acesso a Medicamentos”, “Psicofármacos”, “Psicotrópicos” e equivalentes em inglês, entre os anos de 2013 e 2024. Foram incluídos estudos originais em português, inglês ou espanhol que abordassem o acesso a medicamentos no contexto de comorbidades em pessoas com TEA. Os resultados indicam barreiras recorrentes, como desabastecimento nas farmácias públicas, altos custos, necessidade de judicialização, ausência de protocolos clínicos padronizados e falhas na articulação entre serviços de saúde e assistência farmacêutica. Medicamentos como risperidona, aripiprazol, valproato, lamotrigina e metilfenidato estão entre os mais prescritos e frequentemente enfrentam obstáculos de acesso. Conclui-se que é necessário aprimorar as políticas públicas, garantir fornecimento contínuo e promover ações intersetoriais para assegurar o cuidado integral às pessoas com TEA.
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