A significativa expansão da presença de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em cursos superiores no Brasil, abrangendo diferentes campos do conhecimento, demanda a implementação efetiva do Atendimento Educacional Especializado (AEE). Para tanto a Universidade Anhanguera Niterói, através do Núcleo de Acessibilidade, Inclusão e Direitos Humanos (NAID), desenvolve diferentes estratégias com o firme propósito de tornar as necessidades e experiências dos estudantes com TEA mais visíveis e audíveis. Ao oferecer recursos e apoio, o NAID busca promover a inclusão efetiva, contudo, identifica-se uma oportunidade de investigação, que este estudo se propõe contribuir, ao apresentar ações implementadas pelo NAID, utilizando o conceito de "Partilha do Sensível" de Jacques Rancière como lente analítica. A "Partilha do Sensível", para Rancière (2009), refere-se ao sistema de evidências sensíveis que define o que é comum e quem pode participar desse comum, com base em suas atividades, tempos e espaços. Ter uma determinada ocupação define competências ou incompetências para o comum. A inclusão, nessa perspectiva, vai além da adaptação do indivíduo a normas preexistentes; implica em desafiar e expandir a própria definição de participação e pertencimento. Não obstante se faz sóbrio cruzar esse olhar com os estudos de inclusão em Mantoan (2003) que pode ser sintetizado na ideia de que: Incluir não é colocar na escola comum o aluno com deficiência, mas transformar a escola para que ela seja comum a todos. Em conclusão, a experiência da Anhanguera Niterói, analisada sob a ótica da "Partilha do Sensível" em paralelo aos apontamentos de Mantoan, oferece um olhar valioso sobre os desafios e as potencialidades de construir um espaço comum para o ensino superior que inclui estudantes com TEA. O estudo busca argumentar que a inclusão efetiva transcende a mera adaptação, demandando uma transformação nas formas de perceber, interagir e, fundamentalmente, partilhar o sensível no ambiente acadêmico.
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