Quando falamos de intervenção precoce no TEA é comum que os neuropediatras sugiram o que algumas pessoas chamam de “pacote do autismo”, indicando intervenções na área de fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicologia com o objetivo de estimular a aquisição de habilidades. Já sabemos que a intervenção deve ser direcionada às necessidades da criança e se existem dificuldades de aprendizado, por que não encaminhar para o psicopedagogo? A neurociência tem contribuído para a compreensão de que o aprendizado ocorre desde a vida intrauterina e, na primeiríssima infância, ele é potencializado pois a sinaptogênese está em pleno desenvolvimento. Bailey e Wolery (2002) definem a intervenção precoce como um conjunto de serviços de educação especial e apoio destinados às crianças pequenas com necessidades educativas especiais e suas famílias. Destarte, o trabalho do psicopedagogo se faz fundamental para o desenvolvimento da aquisição de habilidades, já que sua expertise é a aprendizagem. Segundo Acampora (2012) a psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem e suas dificuldades, tendo, portanto, um caráter preventivo e terapêutico. A psicopedagogia analisa, identifica, planeja e intervém não só no processo de aprendizagem da criança, mas também no âmbito escolar e familiar, dando o suporte e esclarecendo as melhores formas da criança consolidar o aprendizado. É fundamental, na intervenção precoce, saber como a aprendizagem ocorre, como cada criança aprende e oferecer estímulos cognitivos que serão capazes de potencializar as habilidades já adquiridas e a construção de novas habilidades. Apesar de termos o conhecimento sobre a atuação do psicopedagogo, na intervenção precoce do TEA essa atuação tem sido historicamente subestimada e este trabalho busca refletir, através de uma revisão bibliográfica, sobre os motivos que nos levam à essa marginalização, procurando trazer também algumas novas perspectivas para a mudança de um cenário em que o resultado será um melhor prognóstico para crianças com autismo.
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