DIZERES E FAZERES NA INFÂNCIA: POR UMA POLÍTICA DO OLHO

  • Autor
  • Kauane da Luz
  • Co-autores
  • Bianca Santos Chisté
  • Resumo
  • Este estudo investiga os modos como os olhares e as práticas adultas operam sobre a infância em espaços escolares e não escolares, tensionando as concepções idealizadas que moldam a criança como sujeito obediente, disciplinado e silencioso. Inspirado pelas reflexões de Corazza (2002), que denuncia a infância como uma invenção simultaneamente afirmada e negada, o trabalho parte da inquietação acerca de como os discursos e fazeres adultos produzem violências simbólicas e epistemológicas que sufocam os tempos, gestos e invenções infantis. Muitas pesquisas ainda são realizadas sobre a infância e não com a infância; mesmo quando as crianças são ouvidas, isso ocorre de forma superficial ou protocolar, com perguntas que já antecipam respostas. O presente estudo propõe romper com tal lógica, defendendo uma política do olhar e dos afetos, conforme Rancière (2005), que busca deslocar o olhar adultocêntrico para uma escuta sensível e ética da infância, entendendo a criança não como objeto, mas como sujeito de saberes e experiências. O objetivo é investigar como as práticas e os olhares adultos atuam sobre a infância, compreender as concepções que permeiam os discursos sobre as crianças e analisar os efeitos produzidos por essas falas. A metodologia adotada é a da pesquisa como experiência (Leite, 2011; Agamben, 2005), na qual as crianças produzem imagens e narrativas com câmeras digitais, revelando seus mundos por meio de seus próprios rastros. Também se utiliza a conversa como método (Ribeiro et al., 2018), valorizando o movimento rizomático da linguagem e a inventividade do encontro. O estudo foi realizado em Rolim de Moura – RO, envolvendo instituições municipais de Educação Infantil e espaços não escolares, como a Secretaria Municipal de Educação, o Conselho Tutelar e a Casa da Criança. As ações incluem rodas de conversa, produção de imagens pelas crianças, análise dos discursos adultos, participação em grupos de pesquisa, elaboração de relatórios e divulgação dos resultados em eventos científicos. Espera-se que a pesquisa contribua para a construção de uma pedagogia que não busque capturar ou classificar a infância, mas que se deixe afetar por ela, reconhecendo seus murmúrios, desvios e resistências como pistas de outras possibilidades educativas. Conclui-se que educar o olhar é um gesto ético, político e estético que exige suspender o tempo que nos distancia da infância, permitindo ser atravessado por suas potências. A pesquisa reafirma a importância de caminhar com a infância, abandonando hierarquias e abrindo espaço para que a criança seja escutada em sua inteireza, como sujeito que pensa, sente, imagina, cria e reinventa o mundo.

     

     

  • Palavras-chave
  • Infância, Educação Infantil, Pesquisa como Experiência
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • GT 4- Pesquisa em Educação
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A Semana de Pedagogia 2025 aconteceu no Campus de Rolim de Moura da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) entre os dias 03 e 06 de setembro. Organizada pelo Departamento de Educação, a Semana de Pedagogia trouxe como tema: “Por uma Pedagogia e Docência Inventivas”. O evento propôs a reflexão e o debate sobre os desafios da inventividade docente na atualidade que permeiam o campo da Pedagogia. Dentre as atividades realizadas estiveram: a comunicação e publicação de trabalhos científicos, palestras, mesas-redondas, apresentações culturais, mostra de fotografias, lançamento de livros e roda de conversas. Com o intuito de reunir os egressos e a comunidade acadêmica para pensar juntos sobre a profissão docente e a Pedagogia.

Os trabalhos submetidos como Comunicações Científicas foram enviados exclusivamente pela plataforma indicada pelo evento. Cada participante pôde inscrever seus trabalhos, individualmente ou em coautoria, com no máximo três coautores por trabalho. Nos textos em coautoria, apenas um autor realizou a submissão, indicando a autoria principal e os demais coautores, todos devidamente inscritos no evento.  Os resumos foram apresentados em um único parágrafo, com 400 a 500 palavras, contemplando temática, problema, objetivos, método, fontes, recortes temporal e geográfico, resultados e conclusões. Todos os trabalhos foram avaliados pela Comissão Científica mediante avaliação cega por pares e publicados nos anais do evento quando aprovados e apresentados na data e local programados.

  • GT 2- Infâncias e Políticas Educacionais no contexto rondoniense
  • GT 3- Práticas de ensino
  • GT 4- Pesquisa em Educação
  • GT 1- Experiências do Estágio Escolar Supervisionado: a perspectiva discente

Comissão Organizadora

Profa. Dra. Juliana Cândido Matias

Prof. Dr. Waldimir Rodrigues Viana

Comissão Científica

Prof. Dr. Amauri Moret da Silva
Prof. Dra. Avacir Gomes dos Santos Silva
Prof. Dra. Bianca Santos Chisté
Prof. Esp. Elisabete dos Reis Venturoso
Prof. Dra. Flávia Pansini
Prof. Esp. Helionice de Moura Silva
Prof. Dra. Juliana Cândido Matias
Prof. Dra. Luciana Coladine Bernardo
Prof. Dra. Maria Aparecida Antero Correia
Prof. Dr. Paulo Aparecido Dias da Silva
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