LITERATURA INFANTIL E A INVENTIVIDADE NA VOZ E NO CORPO DOS/AS CONTADORES DE HISTÓRIAS

LITERATURA INFANTIL E A INVENTIVIDADE NA VOZ E NO CORPO DOS/AS CONTADORES DE HISTÓRIAS

• Autor
• Waldimir Rodrigues Viana
• Co-autores
• Maria Cecília Freitas , Amanda Pinheiro Anjos
• Resumo

• A contação de histórias constitui uma forma de vivenciar a literatura que transcende a simples leitura de um texto, pois o narrador mobiliza voz, corpo e presença, imprimindo traços individuais que refletem sua personalidade e sua maneira única de interpretar a narrativa. Dessa forma, uma mesma história pode gerar diferentes sensações, envolvimento e emoções, dependendo do estilo de quem a narra. A corporeidade e a expressividade do contador se tornam instrumentos de transposição da obra, sem que se perca a essência proposta pelos autores, acrescentando camadas de sentido e reforçando elementos intrínsecos por meio de gestos, entonações, pausas e presença física, estabelecendo interlocução direta com os ouvintes e proporcionando experiências literárias singulares. O aspecto corporal é especialmente relevante quando o contador ou contadora de histórias é surdo, como observado empiricamente neste estudo. O presente trabalho reflete sobre a arte de contar histórias no contexto da Pedagogia, fundamentando-se em experiência realizada por graduandas do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), campus Rolim de Moura, na condição de bolsistas do PIBID, sob coordenação da Profa. Flávia Pansini e supervisão do Prof. Dr. Waldimir Rodrigues Viana, com a participação de 28 alunas distribuídas em duas turmas, totalizando 12 horas de atividades. Durante o minicurso, foram abordados aspectos fundamentais da contação, incluindo princípios e técnicas de narração, critérios para a escolha de histórias, a literatura como suporte e a oralidade como patrimônio cultural, a presença corporal e vocal dos contadores, modalidades de narração com palavras, música e objetos, exercícios práticos e sessões comentadas a partir de contos populares, tradição oral e literatura infantil. As atividades proporcionaram vivências teóricas e práticas, destacando a importância da expressividade, oralidade e corporeidade na mediação da literatura, evidenciando a necessidade de investigar a relação entre literatura infantil e inventividade, considerando que o impacto da narrativa depende essencialmente da voz e do corpo de quem conta a história. Para fundamentar a análise, foram consideradas referências como Bedran (2012), Cunha (1997), Lajolo e Zilberman (1998) e Machado (2001). As primeiras observações indicam que a voz e o corpo são decisivos para revitalizar o texto literário, não com a intenção de teatralizar, mas de conduzir a narrativa de forma equilibrada e sensível ao público. Contadores que preparam cuidadosamente gestualidade e nuances vocais, mantendo o domínio da palavra escrita, tendem a obter melhores resultados na prática docente, demonstrando que a literatura se enriquece quando mediada por quem valoriza o uso estruturado da voz e do corpo na contação de histórias.

   

• Palavras-chave
• Contação de Histórias, Literatura Infantil, Pedagogia, Inventividade
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• GT 3- Práticas de ensino