FORMAÇÃO EDUCACIONAL ÀS CEGAS: DESAFIOS, RESISTÊNCIA E SUPERAÇÃO DE UMA MULHER CEGUEIRA

  • Autor
  • Thainara Souza Silva
  • Co-autores
  • Luciana Coladine
  • Resumo
  • Este estudo se insere nos debates sobre os desafios enfrentados por pessoas cegas no processo de formação educacional no Brasil. A questão norteadora foi: como se materializam, no cotidiano educacional, as formas de exclusão estrutural, pedagógica e social enfrentadas por pessoas cegas? O objetivo foi ilustrar, por meio da trajetória formativa de uma pessoa cega, como a exclusão educacional se manifesta no cotidiano escolar e apresentar as estratégias de superação mobilizadas por esses indivíduos. A análise teve como base a experiência educacional de Valdira Pereira Gonçalves, mulher cega residente na zona rural de Rolim de Moura, cuja narrativa possibilitou compreender como barreiras estruturais, pedagógicas e sociais dificultam o acesso e a permanência nas instituições de ensino, desde a infância até o ensino superior, percorrendo os anos de 1990 a 2022. Seguindo abordagem qualitativa centrada em estudo de caso, utilizou-se como técnica de coleta de dados a entrevista semiestruturada realizada na residência da participante no primeiro semestre de 2025, favorecendo a captação aprofundada de experiências para além de dados estatísticos. O embasamento teórico se fundamentou em autores que discutem educação inclusiva e a formação de pessoas cegas, tais como Mittler (2003), Lopes e Marquezine (2012), Araújo (1993), Bruno (2009), Gasparetto (2010) e Trecino e Caron (2019). Os resultados evidenciam uma trajetória marcada por obstáculos significativos, incluindo falta de acessibilidade arquitetônica, ausência de materiais pedagógicos adaptados, insuficiência de capacitação docente especializada, preconceito e invisibilidade das necessidades específicas da pessoa cega no sistema educacional. Ao mesmo tempo, identificam-se elementos de resistência e superação, como o apoio familiar, a busca por autonomia e a persistência em conquistar espaços de aprendizagem. A análise demonstra que, embora existam políticas públicas voltadas à inclusão, sua efetivação depende de ações concretas e comprometidas das instituições educacionais e da sociedade. Conclui-se que a construção de uma educação verdadeiramente inclusiva exige mais do que leis e diretrizes: requer escuta ativa, transformação das práticas pedagógicas e envolvimento coletivo na promoção de ambientes escolares acessíveis e acolhedores. A trajetória de Valdira, longe de ser uma exceção, representa a luta cotidiana de muitos brasileiros que, mesmo diante de múltiplas barreiras, buscam ocupar espaços historicamente negados. Dessa forma, o estudo contribui para o debate sobre inclusão educacional, reforçando a importância de considerar as vozes e experiências dos sujeitos diretamente afetados pelas políticas e práticas escolares.

     

  • Palavras-chave
  • Educação Inclusiva, Pessoa com Cegueira, Acessibilidade Educacional, História de Vida
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • GT 4- Pesquisa em Educação
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A Semana de Pedagogia 2025 aconteceu no Campus de Rolim de Moura da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) entre os dias 03 e 06 de setembro. Organizada pelo Departamento de Educação, a Semana de Pedagogia trouxe como tema: “Por uma Pedagogia e Docência Inventivas”. O evento propôs a reflexão e o debate sobre os desafios da inventividade docente na atualidade que permeiam o campo da Pedagogia. Dentre as atividades realizadas estiveram: a comunicação e publicação de trabalhos científicos, palestras, mesas-redondas, apresentações culturais, mostra de fotografias, lançamento de livros e roda de conversas. Com o intuito de reunir os egressos e a comunidade acadêmica para pensar juntos sobre a profissão docente e a Pedagogia.

Os trabalhos submetidos como Comunicações Científicas foram enviados exclusivamente pela plataforma indicada pelo evento. Cada participante pôde inscrever seus trabalhos, individualmente ou em coautoria, com no máximo três coautores por trabalho. Nos textos em coautoria, apenas um autor realizou a submissão, indicando a autoria principal e os demais coautores, todos devidamente inscritos no evento.  Os resumos foram apresentados em um único parágrafo, com 400 a 500 palavras, contemplando temática, problema, objetivos, método, fontes, recortes temporal e geográfico, resultados e conclusões. Todos os trabalhos foram avaliados pela Comissão Científica mediante avaliação cega por pares e publicados nos anais do evento quando aprovados e apresentados na data e local programados.

  • GT 2- Infâncias e Políticas Educacionais no contexto rondoniense
  • GT 3- Práticas de ensino
  • GT 4- Pesquisa em Educação
  • GT 1- Experiências do Estágio Escolar Supervisionado: a perspectiva discente

Comissão Organizadora

Profa. Dra. Juliana Cândido Matias

Prof. Dr. Waldimir Rodrigues Viana

Comissão Científica

Prof. Dr. Amauri Moret da Silva
Prof. Dra. Avacir Gomes dos Santos Silva
Prof. Dra. Bianca Santos Chisté
Prof. Esp. Elisabete dos Reis Venturoso
Prof. Dra. Flávia Pansini
Prof. Esp. Helionice de Moura Silva
Prof. Dra. Juliana Cândido Matias
Prof. Dra. Luciana Coladine Bernardo
Prof. Dra. Maria Aparecida Antero Correia
Prof. Dr. Paulo Aparecido Dias da Silva
Prof. Dr. Waldimir Rodrigues Viana

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Whatsapp

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