Embora amplamente empregada em diferentes setores científicos e produtivos, a produção in vitro de embriões (PIVE) em bovinos ainda apresenta limitações relacionadas às condições de cultivo in vitro. Dentre estas condições, têm-se os efeitos negativos gerados pelo estresse oxidativo. Nesse contexto, a suplementação do meio de maturação in vitro (MIV) com fatores de crescimento e antioxidantes poderia ser utilizada para reduzir os efeitos deste fenômeno e aumentar os índices de maturação oocitária. Além disso, a associação dessas suplementações poderia ser benéfica para melhorar a competência meiótica de oócitos após a MIV. Assim, o objetivo foi avaliar o efeito da associação do fator de crescimento epidermal (EGF) e ácido ascórbico (AA) durante a MIV de oócitos bovinos sobre a avaliação das células do cumulus, maturação nuclear e níveis de espécies reativas de oxigênio (EROs). Para tanto, ovários de fêmeas bovinas foram obtidos em abatedouro. Oócitos foram recuperados por aspiração folicular e aqueles com mais de uma camada de células do cumulus e citoplasma homogêneo foram utilizados para a MIV. Assim, oócitos foram divididos em cinco grupos experimentais: (i) 100 µM de cisteamina (antioxidante padrão, grupo CIS), (ii) 50 µg/mL de ácido ascórbico (grupo AA), (iii) 10 ng/mL de EGF (grupo EGF), (iv) 10 ng/mL de EGF + 100 µM de cisteamina (grupo EGF+CIS) e (v) 10 ng/mL de EGF + 50 µg/mL de ácido ascórbico (grupo EGF+AA). Os oócitos foram maturados por 24 h e avaliados quanto à expansão e viabilidade das células do cumulus, presença do primeiro corpúsculo polar (1CP), estágio nuclear em metáfase II (MII) e níveis de EROs. Os dados foram avaliados por qui-quadrado, exceto os níveis de EROs que foram transformados em arco-seno e analisados por ANOVA seguido de Tukey (P < 0,05). Após quatro repetições, um total de 84 ovários foi obtido, resultando em 285 oócitos viáveis, perfazendo uma média de 3,4 oócitos viáveis por ovário. Nenhuma diferença foi observada para as taxas de expansão das células do cumulus, tendo todos os grupos apresentado valores superiores a 68%. Contudo, a viabilidade das células do cumulus de oócitos derivados dos grupos CIS (68,6% ± 3,2) e EGF+CIS (66,4% ± 2,3) foi superior à viabilidade das células dos oócitos derivados dos grupos EGF (62,0% ± 1,5), AA (56,4% ± 1,6) e EGF+AA (54,9% ± 5,1). Quanto ao percentual de oócitos com 1CP, as maiores taxas foram observadas para os oócitos dos grupos CIS (82,5% ± 7,4), seguido do EGF (73,3% ± 8,6) e EGF+AA (71,9% ± 8,5). Nenhuma diferença foi observada para as taxas de MII e níveis de EROs (P > 0,05). Em conclusão, a presença da cisteamina na ausência ou presença de EGF melhora a viabilidade das células do cumulus. Além disso, a associação de EGF com o ácido ascórbico não aumentou as taxas de maturação oocitária, mas pode ser uma alternativa para suplementação do meio de MIV, pois os resultados foram semelhantes a cisteamina que é amplamente utilizada.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas