Dieta alimentar de marsupiais na Estação Experimental na Fazenda Rafael Fernandes

Dieta alimentar de marsupiais na Estação Experimental na Fazenda Rafael Fernandes

• Autor
• Thiara Guimarães Maia
• Co-autores
• Cecília Calabuig , Maurício Godoy , Luan Arthur Queiros Lima , Karen Geovana da Silva Carlos
• Resumo

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  Trabalhos relacionados com o hábito alimentar de mamíferos são essenciais não só para entender sua biologia, mas também porque refletem aspectos ecológicos, evolutivos e conservacionistas. O objetivo deste estudo foi identificar a dieta de três espécies de marsupiais. O trabalho de campo foi realizado na Fazenda Experimental Rafael Fernandes situada em Alagoinha, zona rural de Mossoró – Rio Grande do Norte (5°03’ 40’’S, 37°23’51’’O, altitude 72 m). A caatinga é arbustiva arbórea e o clima é semiárido quente e seco, segundo a classificação climática de Kopper-Geiger. O período de amostragem foi de julho de 2019 a janeiro de 2020 totalizando quatro saídas de campo, sendo obtidas 45 amostras fecais de Gracilinanus agilis (cuica), 25 de Didelphis albiventris (gambá de orelha branca) e 25 de Monodelphis domestica (rato cachorro). A captura, sexagem, identificação das espécies e sua idade foi realizada conforme já descritos no grande projeto com parecer. Os animais capturados costumam defecar no saco de espera após sua retirada da armadilha, com isso, as fezes foram coletadas diretamente dos sacos. Tais amostras foram levadas ao Laboratório de Ecologia e Conservação da Fauna Silvestre – ECOFAUNA, e refrigeradas. Para a identificação dos itens alimentares (invertebrados, vertebrados, sementes ou frutas) foi necessário o auxílio de uma lupa com o aumento de 10x até 40x, após, foram tiradas fotos das estruturas encontradas nas fezes. Até o momento, apenas 24 amostras foram analisadas. Assim, para os oito indivíduos analisados de cuíca, os itens mais frequentes corresponderam a Blattodea com 75%, Coleóptera com 37,5% e Hymenoptera com 62,5% de ocorrência. Embora, o único indivíduo jovem não tenha consumido Blattodea, seis dos sete indivíduos adultos consumiram, com isso, houve uma diferença estatística marginal entre idades (n=8, df=3, p= 0,064 e ?²=3,4). Para a proporção do consumo de itens de origem vegetal houve diferença significativa entre as idades já que o único indivíduo jovem consumiu esse material e nenhum adulto o consumiu (p= 0,005, ?²=8,0). Para gambá de orelha branca, as Ordens mais frequentes foram Blattodea com 100%, Hymenoptera com 50% e Coleóptera com 37,5%. Para essa espécie, as análises mostram uma diferença estatística marginal entre sexos para Lepidoptera, Squamata e material de origem vegetal: nenhum macho apresentava esses itens e 50% das fêmeas sim (n= 8, df= 3, p= 0,064 e ?²= 3,4 para cada uma). Para os oito indivíduos de rato cachorro, as Ordens mais presentes foram Blattodea com 100% de frequência, Hymenoptera com 62,5% seguido de Coleóptera com 12,5% e Squamata 12,5%. Já para Squamata, a análise mostrou uma diferença estatística marginal entre idades já que nenhum dos seis adultos amostrados apresentava esses itens e 50% dos jovens amostrados o apresentavam (n= 8, df= 3, p= 0,064 e ?²= 3,4). De tal modo, as análises estatísticas mostraram diferenças marginais e diferença estatística entre idades apenas para um item consumido. Apesar disso, é importante destacar que estes dados são preliminares por termos um número amostral muito baixo. Pretendemos aumentar o número amostral para elucidar o comportamento alimentar para estas três espécies na área de estudo.

   

• Palavras-chave
• Alimento, Didelphimorphia, Caatinga
• Área Temática
• Ciências Biológicas

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