Entomofauna associada à Algaroba no município de Mossoró, RN: inventário e dinâmica populacional

  • Autor
  • Francisco Davi Freitas Alves
  • Co-autores
  • Marco Antonio Diodato , Carlos José da Silva , Kleisson Eduardo Ferreira da Silva , Ludimila dos Santos Nascimento
  • Resumo
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    Entomofauna associada à Algaroba no município de Mossoró, RN: inventário e dinâmica populacional

     

    A algaroba (Prosopis sp.) foi introduzida no nordeste brasileiro em 1942, no município pernambucano de Serra Talhada, com sementes provenientes da região desértica de Piura, no Peru. A partir disso, começou a sua disseminação para várias regiões semiáridas dos estados nordestinos. No Rio Grande do Norte, a introdução da algaroba ocorreu em dois momentos. Primeiramente, em 1947, com as sementes provenientes do Peru. O segundo, em 1948, quando houve a implementação de sementes advindas do antigo Sudão Anglo-Egípcio. A intenção das iniciativas de introdução da algaroba era elevar a capacidade forrageira da área e implementar programas de reflorestamento de áreas desmatadas do sertão. Atualmente, no Rio Grande do Norte, as vagens servem para a forragem animal, a madeira para a produção de mourões, cercas e carvão e as copas para sombreamento dos rebanhos. Por outro lado, há perturbação ecológica ocasionada pela proliferação excessiva em áreas próximas a corpos de água e formação de áreas com presença exclusiva da algaroba, onde antes havia espécies nativas da caatinga. Por isso é considerada uma planta não nativa invasora, sendo oportuno a ideia da sua erradicação. Com esse propósito é que esse trabalho teve por objetivo levantar a entomofauna de ocorrência em algarobais, conhecer a sua dinâmica e, futuramente, derivar para estudos sobre possíveis insetos pragas dessa espécie vegetal. Para atender aos objetivos, foram instaladas seis armadilhas do tipo Carvalho-47 modificado em área de mata ciliar com dominância de algarobas do Hotel Villa Oeste- Mossoró/RN, a uma distância de 20 metros entre elas. O atrativo usado foi o etanol 70%. As coletas foram realizadas a cada 15 dias no período de 12 meses. O material coletado foi acondicionado e levado à Universidade Federal Rural do Semi-Árido, UFERSA, para fins de triagem e identificação por especialista. Foram coletados 2.031 insetos durante o período do estudo. Foi constatado que a Ordem Coleoptera foi a mais abundante (76,7%), seguido de Hymenoptera (10,4%), Diptera (5,2%), Isoptera (2,6%), Lepidoptera (2,3%), Homoptera (1,3) e outras Ordens (1,6%). Essa última categoria inclui Orthoptera, Zoraptera, Hemiptera, Thysanoptera, Plecoptera, Psocoptera, Mantodea e Odonata. A flutuação populacional dos insetos mostrou que a sazonalidade das chuvas influencia na sua densidade e ocorrência. Os picos populacionais deram-se em período chuvoso, contudo, devido à perenidade da folhagem, característica dessa espécie, houve ocorrência estável de algumas Ordens em períodos em que a precipitação foi escassa ou mesmo nula. O uso das armadilhas do tipo Carvalho-47 modificada se apresentou como uma opção para estudos de insetos, principalmente da Ordem Coleoptera. Foi possível detectar a diversidade e abundância, assim como as mudanças de densidade populacional e a sua flutuação populacional dos diferentes grupos de insetos. O estudo foi inédito quanto ao levantamento e conhecimento mais apurado sobre a entomofauna de um algarobal, na região de Mossoró, proporcionando pesquisa de base para a evolução de futuros trabalhos.


     

    Palavras-chave: Prosopis, espécie invasora, insetos praga.

  • Palavras-chave
  • Prosopis, espécie invasora, insetos praga
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