O artigo se insere na literatura que considera a análise textual como uma das formas viáveis de se analisar o comportamento humano sob as diversas vertentes, avançando sob a análise da relação entre notícias e o mercado de capitais. Compreendendo a sensibilidade, por parte dos investidores, às notícias e informações disponibilizadas, por evidências observáveis e sabendo que estas provocam influências no movimento de indicadores do mercado financeiro. Consoante a isso a pesquisa analisou, portanto, a relação entre retornos de ações de carteiras e índices de sentimento baseado em notícias relativas ao mercado acionário americano, justificada pela influência dos investidores estrangeiros no volume negociado na bolsa brasileira (46%, em média, no ano de 2020). Partiu-se do pressuposto de que esses investidores utilizarão as notícias como parâmetro para tomada de decisão em seus investimentos, já que o Brasil oferece taxas de juros mais altas, caracterizado como poder de atratividade para tal, embora associadas ao seu risco. A análise abrange o período de julho de 1995 a dezembro de 2019. Foram aplicados à pesquisa um dicionário fixo de palavras, onde é utilizada uma lista de termos pré-definidos que por conseguinte não variam com o tempo (LOUGHRAN; MCDONALD, 2011) e um dicionário dinâmico, baseado em palavras de maior poder preditivo das minutas do FED que variam no tempo (GODEIRO; LIMA, 2019) para definição do indicador de sentimento do investidor baseado no conteúdo das notícias. Após definido o índice, avaliou-se o impulso-resposta do seu efeito sobre carteiras criadas com base em características e empresas listadas no mercado acionário brasileiro. A análise realizada por meio de vetores autorregressivos (VAR) demonstrou que o índice de notícias captado pelo dicionário dinâmico possui maior influência nos retornos das carteiras baseadas no tamanho (valor de mercado), no valor (índice Market-to-book) e no mercado (retorno de todas as empresas). No geral, os resultados sugerem haver um retardamento de 2 a 3 meses na reação dos retornos das ações brasileiras às notícias do mercado americano. Nessa linha, percebe-se a possibilidade de efeitos ocorridos no mercado americano demorarem a refletir para o mercado brasileiro. Como implicação prática, tem-se que eventos ocorridos no mercado americano podem ser usados como preditores para alterações nos preços das ações do mercado brasileiro até 3 meses após seu acontecimento.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas