Em mamíferos, alguns constituintes bioquímicos do plasma seminal costumam ser responsáveis por lhe conferirem ação antimicrobiana, além de participar da ativação da motilidade espermática, neutralização dos metabólitos espermáticos e fornecer proteção contra a acrosina por meio de inibidores de proteases. Entretanto, pouco se sabe a respeito da composição do plasma seminal de cutias (Dasyprocta leporina), um roedor histricognato silvestre, típico da fauna brasileira. O objetivo do presente trabalho foi identificar os componentes bioquímicos presentes no plasma seminal de cutias coletadas durante o período seco no bioma Caatinga. Os procedimentos experimentais foram desenvolvidos conforme aprovação do CEUA/UFERSA (Parecer nº 11/2019). Para tanto, foram utilizados seis machos adultos de cutias provenientes do Centro de Multiplicação de Animais Silvestres (CEMAS) da UFERSA. Os animais foram coletados no período de setembro a novembro de 2019, caracterizando o pique do período seco na região. As coletas foram realizadas por meio de eletroejaculação, em um protocolo de estimulação serial com 3 ciclos de estimulação em intervalos de 5 minutos entre eles. Para se conhecer os constituintes bioquímicos produzidos pelas glândulas anexas, sem influência do fluido epididimário, apenas os ejaculados aspérmicos foram utilizados. Assim, as amostras foram coletadas em tubos e analisadas sob microscopia de luz para confirmar a ausência de espermatozoides. Em seguida, foram centrifugadas a 800 g durante 10 minutos e refrigeradas a -20ºC. As análises bioquímicas foram realizadas utilizando-se kits comerciais e as absorbâncias foram lidas em espectrofotômetro de acordo com o comprimento de onda estabelecido em cada kit. Os resultados foram descritos em média e erro padrão. O protocolo de eletroejaculação proporcionou a obtenção de 1091,66 ± 205,498 ?L de plasma seminal, variando entre 500 e 1850 ?L. Neste período, foram identificados os seguintes constituintes orgânicos no plasma seminal: albumina (6,64 ± 2,31 g/dL), proteínas totais (1,9 ± 0,62 g/dL), fosfatase alcalina (86,37 ± 32,32 U/L), triglicérides (282,04 ± 83,58 mg/dL) e colesterol (125,16 ± 34,35 mg/dL). Em relação aos componentes inorgânicos, foram identificados: cloretos (283,66 ± 104,11 mEq/L), magnésio (4,24 ± 0,38 mg/dL), fósforo (3,67 ± 0,59 mg/dL), cálcio (12,47 ± 1,85 mg/dL), e ferro (620,63 ± 266,33 µg/dL). Salienta-se que esta é a primeira descrição da composição bioquímica do plasma seminal na espécie Dasyprocta leporina. Estas informações serão úteis para o aperfeiçoamento de protocolos de conservação espermática na espécie.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas