Tropidurus hispidus é uma espécie de lagarto de pequeno porte que é bastante difundido em toda a região que se estende da Venezuela até a Argentina, incluindo o Brasil. Com o crescimento das fronteiras agrícolas muitas das áreas utilizadas para esse fim sobrepuseram ás áreas onde habitam essa espécie. Na agricultura moderna é muito comum o uso de agrotóxicos com a finalidade de controlar pragas e doenças nas plantações. Aquelas substâncias químicas dispersas no ambiente podem provocar alterações genéticas em indivíduos dessa espécie o que leva fatalmente a mutações e aos processos de carcinogênese. Pensando nisso o presente trabalho objetivou adaptar duas técnicas genotóxicas amplamente utilizadas, o teste do micronúcleo e o ensaio do cometa, para determinar os valores basais desses testes nessa espécie. O micronúcleo (MN) consiste na formação de um núcleo secundário que se dá devido ao desprendimento de parte do DNA do núcleo principal. O ensaio do cometa (EC) quantifica os níveis de degradação do DNA de células a partir da formação de uma “cauda de cometa”, a qual se origina pela migração das partes do DNA degradado do núcleo num processo de eletroforese. Essa degradação é estimada por meio da observação de classes, as quais variam de 0 a 4, sendo nenhum dano ao DNA ou DNA altamente danificado, respectivamente. Essa pesquisa teve autorização prévia do Comitê de Ética de Uso de Animais da UFERSA (processo No 23094.003348/2018-10, parecer N° 23091.003348/2018- 10) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (licença No 57169-1). Para o estudo foram utilizados 29 exemplares da espécie (18 machos e 11 fêmeas), todos foram coletados no campus da UFERSA e na Fazenda Experimental Rafael Fernandes, em áreas teoricamente livre de contaminantes. Desses animais, 21 foram utilizados somente para o teste do micronúcleo, 4 somente para o ensaio do cometa e outros 4 para ambos os testes. Os animais foram eutanasiados e cerca de 0,5 mL de sangue de cada indivíduo foi coletado por meio de punção cardíaca. Para o teste do micronúcleo, lâminas de microscopia foram preparadas por esfregaço essas lâminas foram coradas com Giemsa 0,6% durante 15 minutos e observadas no microscópio óptico de captura de imagem, marca Olympus, modelo BX-41, aumento de 1.000x. As células foram analisadas utilizando os programas NIS-elements F e ImageJ. Foram obtidos os seguintes resultados: o valor médio de 0,92 ±1,04 para cada 1.000 células observadas. Para o ensaio do Cometa as amostras foram separadas em dois grupos, um dos grupos recebeu um tratamento com peróxido de hidrogênio (controle positivo) e o outro não recebeu tratamento padrão (controle). Foram obtidos os seguintes resultados: o grupo controle apresentou um valor médio de 51,25 ±4,72, já o grupo controle positivo apresentou o valor médio de 128,25 ±15,39. Com isso, concluímos que as duas técnicas podem ser aplicadas na espécie de lagarto em estudo e que seus parâmetros basais foram similares aos parâmetros observados em outras espécies de répteis.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas