Câncer é uma palavra que nomeia mais de 100 patologias, as quais acometem o organismo do ser humano, possuindo a desordem no desenvolvimento das células um fator em comum. No Brasil, o câncer de mama é o tipo mais comum em mulheres, correspondendo a cerca de 29% dos casos a cada ano. Nesse contexto, destaca-se a importância do trabalho da enfermagem na terapêutica, na abordagem psicológica, orientações, para esclarecer dúvidas, proporcionando conforto e escuta qualificada às pacientes. Este estudo tem como objetivo geral revisar na literatura e descrever as alterações na cognição de pacientes com câncer de mama que foram submetidos ao tratamento quimioterápico, relacionando-os à assistência de enfermagem. Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura dos artigos presentes nas bases de dados: PubMed, LILACS e Cochrane Library (Embase). As publicações foram selecionadas de acordo com o (MeSH): “Breast Neoplasms”, “Drug Therapy” e “Cognition”; com o recorte temporal de 2010 a 2020. Como resultados foram selecionados 23 artigos, onde foi percebido que o acometimento cognitivo é comum às mulheres sobreviventes do câncer de mama, afetando por volta de 15% a 50% da amostra coletada. A cognição foi avaliada por meio de testes neuropsicológicos, queixas subjetivas auto relatadas, medição de citocinas inflamatórias e investigação de imagem por ressonância magnética de sobreviventes do câncer de mama em comparação com controles saudáveis. Os principais achados foram subcategorizados em: a) domínios cognitivos afetados pelo tratamento quimioterápico: atenção/concentração/aprendizagem (sustentada e dividida); memória (semântica, episódica, trabalho, prospectiva e retrospectiva) e função executiva; b) características clínicas associadas: idade, transtornos de humor (ansiedade e depressão), insônia e fadiga; c) tratamento quimioterápico relacionado ao perfil clínico: antraciclinas, ciclofosfamidas, taxanos, terapia hormonal (tamoxifeno) e 5-fluorouracil; estresse oxidativo, danos ao DNA e aumento de citocinas inflamatórias; d) achados de imagem quanto a piora na rede de integração neural, alterações no hipocampo direito e esquerdo, volume médio hipocampal reduzido; alterações nas redes de conectividade funcional do hipocampo. Os danos neurotóxicos causados pelo tratamento quimioterápico para o câncer de mama podem causar efeitos negativos na cognição e, em consequência, no comportamento e na realização de atividades que deveriam ser comuns ao ser humano. Não obstante, futuras investigações sobre o papel do tratamento relativo aos danos cognitivos são necessárias. Assim, assistência de enfermagem deve ser voltado para uma maior percepção e escuta qualificada das queixas cognitivas auto relatadas para identificar as mudanças comportamentais. Constitui-se também como importante função da enfermagem o reconhecimento oportuno dos déficits cognitivos atrelados à quimioterapia e seus fatores de risco, bem como conhecer o tipo de tratamento para o câncer de mama ao qual a mulher tem sido submetida.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas