Crianças de barro: os vestígios arqueológicos infantis da Casa da Torre, Bahia

  • Autor
  • Leandro Vieira da Silva
  • Resumo
  • As intervenções arqueológicas realizadas entre os anos de 1998 a 2001 na Casa da Torre de Garcia D’Ávila, localizada na Praia do Forte, município de Mata de São João, permitiram recuperar numerosos objetos cerâmicos. É precisamente dessa categoria artefatual, que o presente trabalho volta-se para discutir sobre alguns vestígios ligados ao universo infantil. Se na Antropologia a temática iniciou com Bronislaw Malinowiski (1927), na Arqueologia ela somente começou com Grete Lillehammer em 1989. Apesar das crianças serem onipresentes em qualquer grupo humano, alega-se que sua invisibilidade decorre, principalmente, de uma perspectiva androcêntrica e da dificuldade em reconhecer a assinatura infantil nos artefatos. Na Casa da Torre, propriedade rural que começou a ser construída em 1551 e cujo último proprietário falece em 1805, foram identificadas duas peças de barro simples: um pequeno boneco e um bloco de cerâmica com marcas de um pé de criança. Além disso, temos a suspeita de que as peças muito diminutas feitas em cerâmica vidrada são miniaturas das peças ligadas às práticas alimentares dos adultos. Relacionadas ao universo feminino, esses possíveis brinquedos podem demonstrar como a sociedade colonial ensinava às meninas qual era o seu papel naquele contexto, transmitindo valores idealizados para o mundo do lar.

  • Palavras-chave
  • Arqueologia Histórica, Cerâmicas, Crianças
  • Área Temática
  • História das Infâncias e das Juventudes
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Comissão Organizadora

Ismael Gonçalves Alves

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