O objetivo deste estudo é analisar a construção da infância na obra "Meu Diário", escrita por Luiza Pereira Dorfmund e publicada em 1966 pela Editora do Brasil; visando compreender como a autora retrata a infância num contexto de repressão explorando as representações culturais presentes na obra. Ao investigar como a infância foi conformada e representada na literatura escolar durante um período político conturbado podemos compreender as criação de estratégias narrativas e simbólicas permitindo evidenciar as relações entre história do livro e a formação identitária. A metodologia adotada neste estudo baseia-se na abordagem semiológica proposta por Barthes (2005), sendo explorados os elementos discursivos e simbólicos presentes na construção da infância em "Meu Diário". Foram examinados aspectos como narrativa, linguagem, personagens e contexto histórico para identificar os mecanismos utilizados na simbologia da infância. A análise revelou que as estratégias narrativas e linguísticas empregadas por Dorfmund apontam para um conformismo de uma infância ingênua, que necessita ser protegida. Essas representações da infância dialogam com as transformações sociais e políticas da época, contribuindo para a compreensão mais ampla das relações entre literatura, história do livro e história cultural.
Comissão Organizadora
Ismael Gonçalves Alves
Comissão Científica