A investigação ora proposta tem por objetivo analisar os discursos da imprensa catarinense, sobre o HIV/AIDS, entre as décadas de 1980 e 1990, envolvendo crianças e adolescentes, quando a doença ganhou status de epidemia e foi associada a homossexualidade. Nas décadas de 1980 e 2000 o HIV ganhou na mídia o status de epidemia e foi retratado por um viés moralista associado a práticas sexuais e sexualidades consideradas desviantes. Atrelada principalmente a homossexualidade, o HIV/AIDS, se tornou um estigma entre a chamada “comunidade gay”, que a partir deste momento se viu cercada por discursos que os acusavam de serem os principais responsáveis pela propagação da doença. Dentre os diversos atores envolvidos no processo de criação discursiva do sujeito contaminado ou do considerado grupo de risco, a mídia foi um potente instrumento de esclarecimento, mas sobretudo de propagação de um imaginário ligado a perversões sexuais, posturas desviantes e sexualidades não hegemônicas. Desta forma, buscaremos compreender como a imprensa catarinense tratou as questões envolvendo as infâncias e juventudes. Metodologicamente utilizaremos os jornais como fontes históricas, pois tais artefatos são carregados de intencionalidades e demarcam a mentalidade de um período. Os jornais analisados estão digitalizados e depositados na Hemeroteca Nacional.
Comissão Organizadora
Ismael Gonçalves Alves
Comissão Científica