Este trabalho analisa, a partir da percepção de três mulheres brasileiras que migraram para a Alemanha, a inserção de crianças brasileiras - filhas dessas migrantes - no sistema escolar alemão. O sistema educacional na Alemanha tem como característica bifurcar a trajetória das crianças quando elas atingem 10 anos de idade: a partir do desempenho escolar, as crianças são divididas em Gymnasium, Realschule e Hauptschule. Cada uma dessas segmentações permite maior ou menor possibilidade de ingresso às universidades, sendo que os filhos de imigrantes estão majoritariamente no nível considerado o mais baixo da hierarquia do sistema. Assim, a partir das três entrevistas - realizadas de modo on-line entre outubro de 2020 e novembro de 2021 para a pesquisa “Famílias transnacionais: gênero e educação” -, reflete-se sobre como essas mães percebem a experiência dos seus filhos: as possibilidades e os limites do sistema escolar alemão. Em dialógo com bibliografias a respeito da temática, vê-se que existem maiores dificuldades das crianças migrantes na escola, acontecendo, por exemplo, casos de discriminação. Essas discussões trazem à tona reflexões acerca da educação escolar na Alemanha, afinal de contas, os critérios de divisão do sistema trazem desafios significativos especialmente quando pensamos em crianças de famílias migrantes.
Comissão Organizadora
Ismael Gonçalves Alves
Comissão Científica