Analisar o comportamento reprodutivo das fêmeas caprinas é fundamental para determinar a manifestação do estro e o melhor momento para permitir a monta natural ou realizar a inseminação artificial. Alguns estudos sugerem que a utilização de agentes farmacológicos para sincronização de cio pode alterar os comportamentos comuns manifestados durante o estro. Deste modo, o presente estudo teve por objetivo analisar os comportamentos de estro em fêmeas caprinas que apresentaram cio natural ou que foram sincronizadas com PGF2?. Utilizou-se 49 cabras da raça Saanen, com média de peso de 67,2 kg e escore de condição corporal entre 2,0 e 3,5, do total de animais, 25 fêmeas manifestaram cio natural, enquanto que 24 cabras receberam uma injeção de Cloprostenol (Sincrocio, Ourofino) por via intramuscular (50µg/animal) com intervalo de 7 dias, até o início do estro. A detecção do cio foi realizada na baia por meio do uso do macho reprodutor (bode adulto) encabrestado uma vez ao dia no período da tarde. As cabras que apresentaram sinais de estro foram conduzidas à baia do bode reprodutor para cobertura. Os comportamentos das cabras foram avaliados pelo método de amostragem sequencial, sendo observados: a aproximação da cabra em relação ao bode, o movimento circular próximo ao bode, o ato de cheirar o bode, agitação de cauda, micção, defecação, balido, muco vaginal presente e imobilidade durante a tentativa de monta do bode. Quando a cabra se manteve indiferente ao bode, era anotado sem resposta comportamental. Para análise do efeito dos tratamentos controle e tratado com PGF2? sobre o comportamento das cabras foram feitas as análises utilizando o procFREQ do pacote estatístico do Statistical Analysis System (SAS, 2008). As médias foram comparadas pelo teste de Qui-quadrado, sendo consideradas significativas aquelas que apresentaram o P<0,05. Os seguintes comportamentos de estro foram significativamente diferentes entre os grupos controle e sincronizado com PGF2?: movimento circular em relação ao bode (38,22% e 51,06%; P<0.001), cheirar o bode (43,49% e 56,74%; P<0.001) e imobilidade ao bode (67,22% e 60,28%; P=0.04). Conclui-se que as fêmeas caprinas sincronizadas via administração de prostaglandina apresentaram diferenças significativas no seu comportamento reprodutivo se comparadas àquelas que tiveram cio natural, sendo consideradas mais ativas durante o cortejo com o bode e permanecendo mais frequentemente imóveis durante a monta.