POLIOENCEFALOMALACIA EM CAPRINO DA RAÇA CANINDÉ

  • Autor
  • Bernardus Kelner Carvalho de Almeida
  • Co-autores
  • Alice Carolina Costa de Souza , Larissa Carla Bezerra Costa e Silva , Maria Julia de Santana Batista , Marisa Rodrigues Borges Mendonça , José Tenório de França Neto , João Muniz dos Santos Neto , Fernanda Pereira da Silva Barbosa , Muriel Magda Lustosa Pimentel
  • Resumo
  • Polioencefalomalacia (PEM) é um termo descritivo que designa o diagnóstico morfológico para necrose com amolecimento da substância cinzenta do encéfalo. O uso desse termo tem gerado controvérsia, pois tem sido utilizado para designar uma doença específica de ruminantes, causada por deficiência de tiamina e caracterizada por necrose do córtex do telencéfalo. A etiologia é comumente associada à redução da disponibilidade de tiamina para o animal, como consequência da redução da sua síntese ou elevada atividade da tiaminase no rúmen. É associada também a outras causas: enxofre e sulfatos em excesso, deficiência de Co, intoxicação por Pb, privação de água com consequente intoxicação por Na e infecção por HVB-5. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso de PEM em caprino da raça Canindé. Deu entrada na Clínica Escola do Centro Universitário CESMAC, um caprino, de três anos de idade, fêmea, criado em regime semi-intensivo e com alimentação de concentrado, volumoso, sal mineral e água ad libitum. Apresentava-se apático, sem apetite, em decúbito lateral direito, com diarreia aquosa. No exame clínico, observou-se rigidez de membros torácicos e pélvicos, movimentos de pedalagem, opistótono, vocalização exacerbada, havia atonia ruminal e as estratificações estavam indefinidas com predomínio do estrato líquido.  As mucosas estavam hipercoradas, havia midríase e redução de acuidade visual. No hemograma não se observou alterações. Devido aos achados do exame clínico e o histórico do rebanho, a suspeita clínica foi de um quadro de PEM como consequência de uma acidose lática ruminal. Em seguida foi instituído o tratamento, utilizando 10 mL de dexametasona diluído em 500 mL de soro fisiológico por via intravenosa e 5 mL de vitamina B1 por via intramuscular, durante quatro dias, a transfaunação (1 L) foi realizada via sonda orogástrica junto a 10 mL de complexo de vitamina B até o animal normalizar a motilidade ruminal, ou seja, durante 3 dias. O animal respondeu bem ao tratamento e recebeu alta após quatro dias. O proprietário não relatou mudanças no manejo alimentar mas os animais consomem concentrado em cochos coletivos, como apenas essa cabra apresentou PEM, acredita-se que por competição tenha consumido mais que as outras, desenvolvendo o quadro de acidose lática ruminal que culminou na PEM. Para prevenção dessa enfermidade é necessário adequar o manejo alimentar do rebanho, no caso relatado o tratamento instituído foi eficaz na recuperação do paciente.

  • Palavras-chave
  • Substância cinzenta, movimentos de pedalagem, tiamina, acidose láctica ruminal
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