A caprinocultura leiteira vem se consolidando ao longo dos anos na região Sudeste do Brasil, sendo uma atividade de relevante importância econômica e social, porém pouco se conhece sobre a real situação desses rebanhos. Este trabalho objetivou caracterizar a caprinocultura leiteira na região sudeste do Brasil. Foram realizadas entrevistas utilizando-se um questionário on-line e os dados foram submetidos à estatística descritiva. Foram obtidas 52 entrevistas, com criadores cujas propriedades abrangem 38 cidades nos seguintes estados: Minas Gerais (n=14), São Paulo (n=10), Rio de Janeiro (n=8) e Espírito Santo (n=6). De acordo com as respostas do formulário: 25,0% das propriedades obtinham de 0 a 30 animais; 25,0% entre 31 a 60 animais; 25,0% entre 61 a 90 animais; e 25,0% maior que 90 animais. Quanto ao manejo nutricional, 76,9% dos entrevistados produzem volumoso na propriedade e 65,4% necessitam comprar silagem em alguma época do ano; em 86,5% das propriedades utilizam concentrado balanceado para caprinos, em 21,2% uma única ração é utilizada para todas as categorias e em 84,6% os animais são suplementados com sal mineral próprio para espécie. Sobre o manejo de ordenha, em 71,2% das propriedades são realizadas duas ordenha ao dia, em 42,3% a ordenha é mecanizada, em 71,2% executam uso de pré e pós-dipping, em 90,4% os ordenhadores não utilizam luvas e 59,6% possuem o tanque resfriador para o armazenamento do leite. Somente em 15,4% das propriedades há produção de leite em quantidade homogênea durante todo o ano. Em 61,5% das propriedades fazem uso de protocolos reprodutivos. Dos produtores entrevistados, 75% usam planilhas de campo para registro de informações, 61,5% acompanham peso ao desmame e à primeira cobertura, 53,8% realizam controle leiteiro, porém apenas 38,5% usam o Excel ou outros softwares para análise desses dados e 59,6% recebem assistência técnica especializada. Constatamos que a caprinocultura leiteira na região sudeste ainda possui heterogeneidade quanto ao tamanho dos rebanhos, nível de tecnologia e controle das informações produtivas. Neste sentido, a assistência técnica por profissionais especializados é essencial para a orientação desses criadores sobre os diferentes manejos (nutricional, sanitário, reprodutivo) e a implementação de tecnologias e ferramentas de gestão, para obtenção do máximo potencial produtivo.
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