A EXPRESSÃO DO IMPERATIVO VERBAL NA REGIÃO NORTE: RESULTADOS DAS VARIÁVEIS LINGUÍSTICAS

• Autor
• Caroline Santos Muniz
• Co-autores
• Josane Moreira de Oliveira
• Resumo

• A presente pesquisa tem por objetivo analisar a expressão do imperativo verbal na Região Norte do país como um fenômeno de variação linguística, que pode ser expresso com a forma associada ao indicativo (pega, faz, vem) ou com a forma associada ao subjuntivo (pegue, faça, venha). Para a constituição do corpus desta pesquisa foram considerados dados dos municípios do interior dos estados da Região Norte que integram a rede de pontos do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB). O objetivo desta pesquisa é comparar os resultados com os das capitais, descritos por Oliveira (2023). A pesquisa foi desenvolvida com base nos pressupostos teórico-metodológicos da Dialetologia (Cardoso, 2010; Thun, 2017) e da Sociolinguística Variacionista (Weinreich; Labov; Herzog, 2006 [1968]; Labov, 2008 [1972]), o que caracteriza a pesquisa como de cunho geossociolinguístico. Pretende-se verificar as tendências de uso das formas de imperativo verbal relacionadas a condicionantes linguísticos, a partir dos resultados gerados pelo programa estatístico GoldVarb X (Sankoff; Tagliamonte; Smith, 2005). As localidades do interior da Região Norte favoreceram a forma associada ao subjuntivo e o programa selecionou as seguintes variáveis como estatisticamente significativas: ‘Polaridade da sentença’, ‘Extensão fonológica do verbo’ e ‘Paradigma verbal’. Sobre a variável ‘Polaridade de sentença’, o imperativo com a forma de subjuntivo é favorecido pelas sentenças negativas, com peso relativo de 0,700 e percentual de 55,8% dos dados. Acerca da ‘Extensão fonológica do verbo’, os verbos de duas sílabas favorecem a forma do subjuntivo, com peso relativo de 0,689 e percentual de 40,8% dos dados, e os verbos de três sílabas, com peso relativo de 0,698 e percentual de 45,5% dos dados. Por fim, quanto à variável ‘Paradigma verbal’, os verbos irregulares favorecem a forma do subjuntivo, com peso relativo de 0,698 e percentual de 26,5% dos dados, sendo as formas mais marcadas e mais salientes as mais resistentes à mudança linguística. Esses resultados corroboram o que dizem Cardoso (2004), Scherre (2008), Cardoso (2015) e Oliveira (2023) sobre essas variáveis e espera- se que as reflexões levantadas contribuam para o mapeamento da realização do imperativo verbal no português brasileiro.

• Palavras-chave
• Imperativo verbal. Projeto ALiB. Dialetologia. Sociolinguística. Região Norte.
• Modalidade
• Simpósios Auto-organizados
• Área Temática
• ST09 - SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA E SUAS INTERFACES NA DESCRIÇÃO DO PORTUGUÊS BRASILEIRO