PERCEPÇÕES LINGUÍSTICAS DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS ALAGOANOS: ALTERNÂNCIA PRONOMINAL ENTRE “NÓS” E “A GENTE”

• Autor
• Mariana Barbosa da Silva
• Co-autores
• Almir Almeida de Oliveira
• Resumo

• Esta pesquisa tem como objeto de estudo a percepção linguística acerca da alternância pronominal entre “nós” e “a gente” por estudantes universitários do Agreste alagoano, e objetiva investigar os possíveis significados sociais associados a cada variante, bem como possíveis relações entre essas formas pronominais e fatores como formalidade, contexto de fala e identidade regional. Pesquisas de produção indicam que a alternância pronominal entre “nós” e “a gente” não sofre estigma (Abraçado, 1991; Lopes, 1998; Maia, 2003; Omena, 1996; Scherre; Naro, 1993; Zilles, 2005) e que, em Alagoas, a forma inovadora “a gente” é a variante preferida para ocupar a posição de pronome de primeira pessoa do plural (Souza; Vitório, 2022; Vitório, 2016). Contudo, o comportamento linguístico pode não ser equivalente à percepção dos falantes acerca do fenômeno (Freitag, 2016). Portanto, torna-se relevante indagar sobre os significados sociais que podem permear as variantes linguísticas em enfoque. Para tanto, o presente estudo se dá por meio de experimentos elaborados a partir da técnica matched-guise, e está alicerçado em pressupostos da Sociolinguística Variacionista da terceira onda (Campbell-Kibler, 2009, 2011; Eckert, 2000; Irvine, 2001; Lambert et al., 1960). Para coleta de dados, foi aplicado um questionário de percepção empregue por meio de formulário eletrônico, a 160 estudantes do Campus III da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL). Os resultados demonstram que ambas variantes linguísticas, “nós” e “a gente”, são bem aceitas na comunidade estudada, no entanto, a forma “a gente” parece sofrer uma avaliação mais positiva. Esses resultados ratificam aqueles apresentados por Feitosa e Vitório (2018) sobre a avaliação de alternância pronominal no Sertão alagoano e corroboram com os de Oliveira e Nascimento (2017) em dados produção em Palmeira dos Índios - AL, que sinalizam a preferência pela variante “a gente” por falantes de maior escolaridade. Dessa maneira, é plausível deduzir que a forma inovadora “a gente” encontra-se em expansão no Agreste alagoano e sua produção associa-se à norma linguística local, sendo julgada como a forma mais adequada a ser utilizada por estudantes universitários.

• Palavras-chave
• Sociolinguística Variacionista. Percepção linguística. Alternância pronominal.
• Modalidade
• Simpósios Auto-organizados
• Área Temática
• ST09 - SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA E SUAS INTERFACES NA DESCRIÇÃO DO PORTUGUÊS BRASILEIRO