SINTAXE E DIATOPIA: NEGATIVAS PÓS-VERBAIS EM BELÉM E JACAREACANGA (PARÁ)

  • Autor
  • Diane da Conceição Santos
  • Co-autores
  • Rerisson Cavalcante de Araújo
  • Resumo
  • No português brasileiro (PB), há três formas básicas de negação sentencial: (i) pré-verbal (NEG1), com um marcador antes do SV (ex.: “não sei o nome disso”; (ii) dupla (NEG2), com um marcador antes e outro depois do SV (“não sei o nome disso não”); (iii) pós-verbal (NEG3), com um único marcador depois do SV (“sei o nome disso não”). Os dois tipos de negativas pós-verbais, ou seja, NEG2 e NEG3, possuem diversas restrições sintáticas, que NEG1 não possui: ambas não ocorrem em sentenças interrogativas QU (ou seja, com pronome interrogativo) e em subordinadas, com a exceção de NEG2 em completivas (cf. Cavalcante, 2007). Além disso, são normalmente julgadas pelos falantes como típicas da fala nordestina (cf. Roncarati, 1996), especialmente NEG3, ausentes em outros dialetos (cf. Goldnagel et al, 2013 sobre as capitais sulistas). Este trabalho é parte de uma pesquisa mais ampla (cf. Cavalcante, 2019) sobre a produtividade ou ausência de NEG2 e NEG3 em diversos das regiões sul, centro-oeste e norte. Neste trabalho, o foco é sobre a região norte. Com base em dados dados de entrevistas do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), descrevemos a distribuição espacial e linguística de NEG2 e NEG3 em dados de duas localidades do Pará, Belém (a capital) e Jacareacanga. Analisamos dados de 12 inquéritos linguísticos de informantes de escolaridade fundamental, distribuídos por sexo e em duas faixas etárias (18 a 30 anos; 50 a 65 anos). Em Jacareacanga, são quatro informantes de nível fundamental; em Belém, são quatro de nível fundamental e mais quatro de nível universitário completo. O objetivo principal é identificar em que dialetos e na fala de que informantes as negativas pós-verbais (NEG2 e NEG3) estão presentes e ausentes; e em que tipos de orações elas aparecem. Testamos a hipótese de Cavalcante (2019) que tais negativas seriam menos produtivas em dialetos mais afastados do Nordeste, onde tais estruturas podem ter se originado. Os resultados são representados em formato de cartas linguísticas, seguindo a metodologia da geolinguística pluridimensional. Os resultados mostram que, apesar da baixa frequência de NEG3, esta negativa é mais produtiva no Pará do que nos dialetos do Paraná (cf. Cavalcante, 2019) e do Mato Grosso do Sul. Isso corrobora a ideia de que a dimensão diatópica é relevante para a realização da negação sentencial no PB.

  • Palavras-chave
  • Negação sentencial. Dialetologia. Sintaxe.
  • Modalidade
  • Simpósios Auto-organizados
  • Área Temática
  • ST07 - SINTAXE E VARIAÇÃO ESPACIAL
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XII ENCONTRO NORDESTINO DE SOCIOLINGUÍSTICA

SociolinguísticaS

 

Com o propósito de congregar estudantes e pesquisadores da área, surgiu, em 2011, o Encontro de Sociolinguística. Com esse encontro, esperavam-se fomentar métodos de pesquisa, divulgar trabalhos realizados ou em andamento, estimular a pesquisa na comunidade acadêmica e na sociedade. De 2011 para cá, o Encontro de Sociolinguística já foi realizado em Salvador-BA, na Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e na Universidade Federal da Bahia (UFBA); em Feira de Santana-BA, na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS); em Aracaju-SE, na Universidade Federal de Sergipe (UFS); e, agora, em 2024, o Encontro Nordestino de Sociolinguística foi realizado, pela primeira vez, no sudoeste baiano, em Vitória da Conquista-BA, e sediado na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB.

Com a realização do Programa de Pós-Graduação em Linguística – PPGLin/UESB e do Grupo de Pesquisa em Linguística Histórica e em (Sócio)Funcionalismo – Grupo Janus/ LAPESF/PPGLin; do Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagens/ Universidade do Estado da Bahia (UNEB), do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos/ Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), do Instituto Federal da Bahia (IFBA) e da Universidade Federal de Sergipe (UFS), a XII Edição do evento teve como tema SociolinguísticaS.

Com esse tema, propusemo-nos a trazer, para o sertão baiano, discussões sobre a essência e as nuanças da Sociolinguística, corrente linguística que inaugura a correlação entre a estrutura gramatical e a estrutura social; corrente linguística que apresenta ao mundo a heterogeneidade linguística como sistematizável; e uma corrente linguística que não pode ser considerada como uma única. Assim, no período de 23 a 25 de outubro de 2024, de forma presencial, teve palco, na UESB, discussões sobre as SociolinguísticaS: Sociolinguística Variacionista, a Sociolinguística Histórica, a Sociofonética, o Sociofuncionalismo, a Sociocognição, a Geossociolinguística, a Sociolinguística de Contato e a Sociolinguística Educacional.

 

Valéria Viana Sousa (UESB)
Membro da Comissão Organizadora

  • ST01 - USOS E CONTEXTOS DA LÍNGUA PORTUGUESA
  • ST02 - SOCIOFONÉTICA: PELAS ONDAS DA VARIAÇÃO E MUDANÇA
  • ST03 - DIÁLOGOS ENTRE A SOCIOLINGUÍSTICA E O FUNCIONALISMO
  • ST04 - ESTUDOS DE SOCIOLINGUÍSTICA DE CONTATO
  • ST05 - (SOCIO)LINGUÍSTICA COGNITIVA: O COGNITIVO E O SOCIAL EM PAUTA
  • ST06 - O QUE DÁ PRÁ RIR DÁ PRÁ CHORAR: PALAVRAS E SUAS SIGNIFICAÇÕES AO LONGO DO TEMPO
  • ST07 - SINTAXE E VARIAÇÃO ESPACIAL
  • ST08 - VARIEDADES AFRO-BRASILEIRAS DO PORTUGUÊS – SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA E CONTATO ENTRE LÍNGUAS
  • ST09 - SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA E SUAS INTERFACES NA DESCRIÇÃO DO PORTUGUÊS BRASILEIRO

COMISSÃO CIENTÍFICA

André Pedro da Silva (UFBA)
Cristiane dos Santos Namiuti (UESB)
Cristina dos Santos Carvalho (UNEB)
Gessilene Silveira Kanthack (UESC)
Gilce de Souza Almeida (UNEB)
Huda da Silva Santiago (UEFS)
Maria Aparecida de Souza Guimarães (UNEB)
Neila Maria Oliveira Santana (UNEB)
Norma da Silva Lopes (UNEB)
Pedro Daniel dos Santos Souza (UNEB)
Raquel Meister Ko Freitag (UFS)
Silvana Silva de Farias Araujo (UEFS)
Valéria Viana Sousa (UESB)
Valter de Carvalho Dias (IFBA)

COMISSÃO ORGANIZADORA


Cristina dos Santos Carvalho (UNEB)
Norma da Silva Lopes (UNEB)
Pedro Daniel dos Santos Souza (UNEB)
Raquel Meister Ko Freitag (UFS)
Silvana Silva de Farias Araujo (UEFS)
Valéria Viana Sousa (UESB)
Valter de Carvalho Dias (IFBA)

I ENCONTRO DE SOCIOLINGUÍSTICA
Variação - História - Mudança
01 de dezembro de 2011
Universidade do Estado da Bahia (Salvador)

 

II ENCONTRO DE SOCIOLINGUÍSTICA
Estudos da Variação, da Mudança e da Sócio-História do Português Brasileiro; Sociofuncionalismo e Etnografia da Comunicação
28 e 29 de novembro de 2012
Universidade do Estado da Bahia (Salvador-BA)

 

III ENCONTRO DE SOCIOLINGUÍSTICA
A pesquisa em Salvador
03 e 04 de outubro de 2013
Universidade do Estado da Bahia (Salvador-BA)

 

IV ENCONTRO DE SOCIOLINGUÍSTICA
Diferentes olhares sobre o português brasileiro
15 e 16 de setembro de 2014
Universidade do Estado da Bahia (Salvador-BA)

 

V ENCONTRO DE SOCIOLINGUÍSTICA
Diálogos entre Brasil e África
09 e 10 de novembro de 2015
Universidade Estadual de Feira de Santana (Feira de Santana-BA)

 

VI ENCONTRO DE SOCIOLINGUÍSTICA
O português do Nordeste: (para além das) fronteiras linguísticas
29 e 30 de setembro de 2016
Universidade do Estado da Bahia (Salvador-BA)

 

VII ENCONTRO DE SOCIOLINGUÍSTICA
Redes e contatos
28 a 30 de setembro de 2017
Universidade Federal de Sergipe (São Cristovão-SE)

 

VIII ENCONTRO DE SOCIOLINGUÍSTICA
Variação e ensino: unidade e diversidade
20 e 21 de julho de 2018
Universidade do Estado da Bahia (Salvador-BA)

 

IX ENCONTRO DE SOCIOLINGUÍSTICA
Sociolinguística: quebrando tabus e inovando na escola
01 e 02 de agosto de 2019
Universidade Federal da Bahia (Salvador-BA)
Anais

 

X ENCONTRO DE SOCIOLINGUÍSTICA
Desafios do isolamento social para a Sociolinguística e interfaces
De 01 a 04 de dezembro de 2021
Edição online
Anais

 

XI ENCONTRO DE SOCIOLINGUÍSTICA
A Sociolinguística no Nordeste
01 a 03 de dezembro de 2021
Online - https://doity.com.br/xiencontrodesociolinguistica
Anais