O USO DA ELIPSE ENTRE OS FALANTES DO PORTUGUÊS CULTO E DO PORTUGUÊS POPULAR DE VITÓRIA DA CONQUISTA - BAHIA

• Autor
• Elenita Alves Barbosa
• Co-autores
• Valéria Viana Sousa
• Resumo

• Esta pesquisa, com o objetivo de discutir, nas perspectivas do Funcionalismo e da Sociolinguística, o uso da elipse entre os falantes do Português Culto e do Português Popular de Vitória da Conquista – Bahia e tendo como referência Heine (2011); Hilpert (2014); Furtado da Cunha; Bispo; Silva (2014); Furtado da Cunha; Tavares (2016); Rosário (2022); Barbosa; Sousa (2024), traz os seguintes questionamentos: Quais falantes, os do Português Culto ou os do Português Popular, de Vitória da Conquista, mais empregam elipse nos contextos de fala? Esse uso limita-se à coesão textual? Compreendemos que a elipse, tão carregada de informatividade, cuja iconicidade aponta para diversos fatores e que cumpre, como qualquer outro elemento sintático, sua função dentro de uma estrutura organizacional do texto, não pode ser analisada como se cumprisse apenas função de coesão textual. Assim, defendemos a elipse como um recurso corporificado nos gêneros textuais, evidenciando sua maleabilidade nos usos que o falante faz dele. A nossa hipótese é que o falante do Português Culto utiliza mais a elipse em suas falas em relação ao falante do Português Popular. Argumentamos, ainda, que uma estrutura elíptica, em uma função sintática específica, agrega significado e se constitui enquanto pareamento forma-função nos moldes de Croft (2001). A respeito da elipse como elemento coesivo, consideramos que as construções elípticas podem ser categorizadas em transparentes: quando o termo de resgate encontra-se próximo do elemento elidido antecedido, a elipse é [-marcada], [+localizável]; em semitransparente: quando o termo de resgate não se encontrar próximo do termo elidido, estiver em posição catafórica, ou quando for proferido pelo receptor e, por isso, para ser interpretada carece do contexto e do cotexto, simultaneamente, sendo [+/-marcada], [+/- localizável]; e em opaca: quando o termo de resgate é localizável a partir do contexto, sendo a elipse [+marcada], [-localizável]. Foram analisadas, por meio do método misto, dois corpora compostos por: oito entrevistas do Corpus Português Popular de Vitória da Conquista e oito entrevistas do Corpus Português Culto de Vitória da Conquista, coletados pelo Grupo de Pesquisa em Linguística Histórica e em (Socio)funcionalismo – CNPq, levando em conta a modalidade de interação entre documentador e informante, seguindo a Sociolinguística Laboviana, nos quais foi encontrada uma frequência token de 4.723 ocorrências de elipses, sendo 55,1% de elipses transparentes, 22,3% semitransparentes e 22,6% opacas. Desse total, 43% das elipses são do Português Popular e 57% do Português Culto.

• Palavras-chave
• Contexto. Elipse. Construção.
• Modalidade
• Simpósios Auto-organizados
• Área Temática
• ST03 - DIÁLOGOS ENTRE A SOCIOLINGUÍSTICA E O FUNCIONALISMO