DISTINTA ATIVAÇÃO NEURONAL NO NÚCLEO PARAVENTRICULAR DE HIPOTÁLAMO APÓS DESAFIO DO BARORREFLEXO EM RATOS SUBMETIDOS A SOBRECARGA DE SAL

  • Autor
  • ÂNGELO BERNAK DE OLIVEIRA
  • Co-autores
  • VAGNER ROBERTO ANTUNES
  • Resumo
  •  

    INTRODUÇÂO: O núcleo paraventricular do hipotálamo (PVN) contribui para regulação da homeostase dos fluidos corporais, em conjunto com órgãos circunventriculares. O PVN apresenta função relevante no controle do tônus simpático induzido por aumento da osmolaridade, o que pode potencializar a condição hipertensiva causada por sobrecarga de sal (SS), principalmente por projeções diretas para núcleos autonômicos envolvido na função barorreflexa (FBR) no bulbo cerebral e coluna intermédio-lateral da medula espinal. OBJETIVO: Avaliar a atividade neuronal do PVN na modulação da função barorreflexa e balanço autonômico em animais submetidos a sobrecarga de sal.  MÉTODOS: Os protocolos foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA n.127/2017) do ICB/USP. Ratos Wistar (300-400 g) receberam solução de NaCl 2% por 7 dias (SAL), enquanto grupo controle (CT) recebeu apenas água da torneira. No sexto dia, os ratos tiveram a artéria femoral cateterizada para registro da pressão arterial média (PAM) e frequência cardíaca (FC) e a veia femoral para infusão de fármacos. No dia seguinte, a FBR foi avaliada por injeções em bolus [fenilefrina (PE; 0,1-12,8 µg/Kg) e nitroprussiato de sódio (0,2-25,6 µg/Kg)]. A equação logística sigmoidal foi utilizada na análise da FBR. O balanço autonômico simpato-vagal cardíaco foi avaliado com a infusão do antagonista de receptores muscarínicos (atropina: 2 mg/Kg) e o antagonismo de receptores ?1-adrenérgico (atenolol: 4 mg/Kg). A atividade neuronal no PVN foi avaliada pela expressão da proteína nuclear FOS após 90 min do desafio da FBR [infusão em rampa (PE: 18-22 µg/Kg/ min; ?40 mmHg PAM). Após o protocolo de eutanásia, ocorreu a fixação e remoção do tecido cerebral, protocolos de imunoperoxidase e contagem de neurônios. Os dados foram expressos como média±EPM, analisados pelo teste-t de Student ou duas-vias ANOVA (*P<0,05). RESULTADOS: Sete dias de SS causou um aumento significativo na PAM (SAL: 115±3 vs. CT: 105±3* mmHg, teste-t, n=11) e FC (SAL: 406±10 vs. CT: 318±9* bpm, teste-t, n=11). A SS também reduziu a faixa de operação (range) da FBR (SAL: 169±14 vs. CT: 233±22* bpm, teste-t, n=6). Enquanto isso, a SS foi capaz de aumentar o tônus simpático cardíaco (SAL: 104±11 vs. CT: 59±7* ?bpm, test-t, n=6), sem alterar o tônus parassimpático (SAL: -68±13 vs. CT: -48±11 ?bpm, test-t, n=6). A SS resultou em aumento no número de neurônios FOS-positivos no PVN após desafio do barorreflexo arterial com PE (SAL-PE: 1.012±96 vs. SAL-SEM-PE: 141±66* vs. CT-PE: 345±57* vs. CT-SEM-PE: 53±1* unidades; ANOVA, n=4), sem alterações significativas entre os grupos CT-PE, CT-SEM-PE e SALT-SEM-PE. O grande número de neurônios FOS-positivos no grupo SAL ocorreu no nível medial do PVN, especificamente nas porções: magnocelular (90%), dorsal (83%), parvocelular (71%) e ventral (66%) quando comparados ao grupo CT. CONCLUSÃO: Em conjunto, esses resultados mostram que sete dias de SS foi capaz de promover aumento da PAM, comprometimento da função barorreflexa, desequilíbrio autonômico com predominância do tônus simpático ao coração e aumento da atividade neuronal do PVN. O mecanismo neuronal preciso envolvido nessa resposta ainda está sendo investigado.

    AGÊNCIA DE FOMENTO: CAPES (001), FAPESP (2016/21991-3, 2019/19894-8) e CNPq (141749/2019-9).

  • Palavras-chave
  • sal, hipotálamo, barorreflexo, balanço simpato-vagal.
  • Área Temática
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