LESÃO RENAL AGUDA INDUZIDA POR OXALATO DE SÓDIO ASSOCIADA A DANOS GLOMERULARES E TUBULOINTERSTICIAIS

LESÃO RENAL AGUDA INDUZIDA POR OXALATO DE SÓDIO ASSOCIADA A DANOS GLOMERULARES E TUBULOINTERSTICIAIS

• Autor
• Larissa de Araújo
• Co-autores
• Juliana Martins Costa-Pessoa , Mariana Charleaux de Ponte , Maria Oliveira de Souza
• Resumo

• INTRODUÇÂO: A litíase, também denominada pedra nos rins ou cálculos renais, é uma patologia frequente na prática clínica urológica, onde a formação de cristais nos rins pode induzir lesão renal aguda. Além disso, essa patologia tem sido associada com o aumento do risco de progressão da doença renal. Na literatura, tem se estabelecido uma íntima relação entre litíase e lesão tubulointersticial, no entanto, os mecanismos fisiopatológicos envolvidos nesse processo não estão bem estabelecidos, bem como pouco se sabe sobre a lesão glomerular nesta condição. OBJETIVO: Dessa maneira, no presente estudo, nós investigamos fatores envolvidos na lesão glomerular e tubulointersticial em um modelo experimental de lesão renal aguda induzida pela formação de cristais. MÉTODOS: Os protocolos estão de acordo com o CEUA (protocolo n^o. 9276140518). Ratos da linhagem Wistar de 60 dias de idade foram tratados com injeção única de oxalato de sódio (NaOx, 7mg/100g de peso ressuspendido em salina a 0,9%) ou veículo (salina a 0,9%) via intraperitoneal. Em seguida, os animais foram alocados em gaiolas metabólicas por 24 horas para análise dos parâmetros metabólicos. Ao final desse período, os animais foram anestesiados com Ketamina (75 mg/kg via intraperitoneal) e Xilazina (4 mg/kg via intraperitoneal); amostras de sangue foram coletadas para análises de ureia e creatinina plasmáticas; um rim foi utilizado para análises de expressão gênica (qPCR) e proteica (western blotting, imunohistoquímica e imunofluorescência) e o rim remanescente foi submetido a perfusão com PBS e formalina a 4% para análises histológicas. A análise estatística foi realizada através do teste não-paramétrico de Mann-Whitney utilizando o software GraphPad Prism, onde valores de p<0,05 foram considerados significativos. RESULTADOS: Nossos resultados revelaram que o tratamento com NaOx não alterou os parâmetros metabólicos e eletrolíticos, o consumo de água e ração e o fluxo urinário. No entanto, o grupo tratado exibiu excreção de oxalato de cálcio na urina, seguido da diminuição da função renal demonstrada com a lesão glomerular, que foi confirmada pelo aumento da concentração de creatinina e ureia plasmáticas, aumento da expressão proteica de desmina e diminuição da expressão proteica de WT1. Além disso, o tratamento com NaOx resultou em lesão tubulointersticial, que foi confirmada por dilatação tubular, albuminúria, aumento da expressão de RNA mensageiro para Kim-1 e Ki67 e diminuição da expressão das proteínas megalina e Tamm-Horsfall. Finalmente, o tratamento induziu aumento da expressão da proteína CD68 e aumento da expressão de RNAm para MCP-1, IL-1?, NF?B e ?-SMA, resultados consistentes com processos pró-infamatórios e pró-fibróticos. CONCLUSÃO: Nossos achados fornecem informações relevantes sobre a lesão renal aguda induzida pela formação de cristais, o que é denominado de litíase, indicando lesão tubulointersticial e glomerular com possível perda da viabilidade podocitária.  

  AGÊNCIA DE FOMENTO: CNPq (nº 145098/2018-4) e FAPESP (nº 2019/06358-0)

   

  ÁREA EM QUE SE INSERE O RESUMO: Fisiologia Renal

   

• Palavras-chave
• oxalato de sódio, litíase, lesão renal aguda, lesão glomerular e tubulointersticial, albuminúria, inflamação
• Área Temática
• Fisiologia Renal