INFLUÊNCIA DA OBESIDADE NO DESENVOLVIMENTO DE INJÚRIAS RENAIS E NO COMPROMETIMENTO DA BARREIRA DE ULTRAFILTRAÇÃO GLOMERULAR: CONTRIBUIÇÕES DA LEPTINA.

  • Autor
  • Vanessa Gerolde Cardoso
  • Co-autores
  • Mariana Charleaux de Ponte , Maria Oliveira de Souza
  • Resumo
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    INTRODUÇÃO: A obesidade está associada a um conjunto de fatores de risco como inflamação sistêmica e injúrias renais, dentre outros. Lesões na barreira de ultrafiltração glomerular levam ao comprometimento do processo de filtração e proteinúria. A nefrina é um dos principais componentes da barreira de ultrafiltração glomerular, alterações na expressão desta proteína indicam comprometimento da função renal. OBJETIVO: Investigar o papel da obesidade no desenvolvimento de injúrias renais e na barreira de ultrafiltração glomerular. Avaliar a contribuição da leptina neste processo. MÉTODOS: Os protocolos estão de acordo com a CEUA (nº 13/2017). Foram utilizados 24 camundongos com idade de 18 semanas: Nove C57BL/6J foram destinados ao grupo controle magro (CTL) e 18 ob/ob (cedidos pelo Prof. Dr. José Donato Junior do ICB-USP) foram distribuídos aleatoriamente nos grupos obeso controle (ob/ob) e obeso tratado com leptina (ob/ob – lep). Para o tratamento com leptina foram utilizadas mini-bombas osmóticas (modelo 1004, Alzet) preenchidas com solução contendo leptina, na dose de 3,5?g/dia por 42 dias. Durante o tratamento a ingestão de ração foi monitorada diariamente. O ganho de peso e a glicemia foram monitorados semanalmente. Ao final do período de tratamento os animais foram mantidos em gaiolas metabólicas por 24 horas para avaliação da ingestão de água e coleta de urina, por fim, os animais foram submetidos a eutanásia. A função renal foi avaliada por concentração plasmática de creatinina e ureia, além da excreção urinária de albumina. O tecido renal foi utilizado para avaliação da expressão gênica por qPCR, análises histológicas e de imunofluorescência. RESULTADOS: Medidas de leptina plasmática confirmaram que os animais ob/ob não produziam leptina e que a introdução de leptina exógena elevou os níveis deste hormônio para valores próximos ao controle. No grupo tratado com leptina, houve redução da ingestão de ração e do peso corporal em relação ao grupo obeso (ob/ob) para valores próximos ao grupo CTL. Não houve alterações nos valores de ingestão de água, fluxo urinário e glicemia entre os grupos. Não houve alterações nos valores de creatinina plasmática entre os grupos, porém, no grupo ob/ob houve um aumento da ureia sérica e o tratamento com leptina reverteu parcialmente este parâmetro para valores próximos ao grupo CTL. Nos animais ob/ob houve aumento na excreção urinária de albumina e o tratamento com leptina reverteu este parâmetro para valores próximos ao grupo CTL. A inflamação no tecido renal de animais obesos foi confirmada pelo aumento da expressão de RNAm de IL6 e a leptina não reverteu este aumento. Não houve diferença significativa na expressão de RNAm para MCP1 entre os grupos, porém, há uma tendência ao aumento da expressão deste gene nos animais obesos e diminuição no tratamento com leptina. Em 42 dias de protocolo não houve hipertrofia glomerular no grupo obeso, porém, houve redução da expressão de nefrina nestes animais e o tratamento com leptina não reverteu este parâmetro. CONCLUSÃO: O tratamento com leptina foi eficiente pois aumentou os níveis da leptina plasmática, diminuiu a ingestão de ração e o peso dos animais ob/ob. A obesidade compromete a função renal, aumenta a expressão de fatores inflamatórios e diminui a expressão de nefrina, a terapia com leptina reverte parcialmente estes parâmetros, tendo papel renoprotetor.

    AGÊNCIA DE FOMENTO:CNPq, Projeto: 166192/2018-0; FAPESP, Projeto 2017/02020-0.

     

  • Palavras-chave
  • Obesidade, Leptina, Injúria Renal, Nefrina
  • Área Temática
  • Fisiologia Renal
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