INTRODUÇÂO: A doença de Alzheimer (DA) é um distúrbio neurodegenerativo que representa uma enorme carga socioeconômica afetando milhões de pessoas, e infelizmente não tem cura. Estudos recentes trazem a DA como uma possível doença metabólica, mediada por comprometimentos na capacidade de resposta e utilização da glicose, no metabolismo energético e na sinalização da insulina, levando a um aumento do estresse oxidativo e inflamação. Portanto, a busca por estratégias terapêuticas mais eficazes capazes de atuar em estágios iniciais da DA são extremamente promissoras. A Benfotiamina (BFT) é um análogo da vitamina B1 capaz de reduzir o estresse metabólico e modular vias que atuam na sobrevivência, reparo e morte celular, além de mediar a resposta inflamatória e o estresse oxidativo. OBJETIVO: Avaliar o efeito da BFT sobre parâmetros comportamentais, bioquímicos e moleculares relacionado ao estresse oxidativo, à disfunção mitocondrial, à sinalização da insulina e aos mecanismos de morte celular em um modelo não transgênico da Doença de Alzheimer esporádica (DAE) induzido por injeção intracerebroventricular (icv) de estreptozotocina (STZ) em ratos e em cultura primária de astrócitos e micróglia. MÉTODOS: Foram avaliados o efeito do tratamento de 7 dias com BFT em modelos de neurodegeneração in vivo (i.e. ratos Wistar machos, peso ±300g) de acordo com protocolo experimental aprovado pelo Comitê de Ética no uso de animais (CEUA) do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo sob protocolo 23/2016. Os animais foram submetidos a estereotáxia para injeções nos ventrículos laterais de solução STZ (2mg/Kg) ou veículo (tampão citrato) compondo os seguintes grupos: receberam citrato icv tratados com salina 0,9% (CTR); animais que receberam STZ icv tratados com salina 0,9% (STZ); animais que receberam citrato icv tratados com BFT (CTR BFT); animais que receber STZ icv tratados com BFT (STZ BFT). O comportamento será avaliado pelo teste de reconhecimentos de objeto. Avaliação do estresse oxidativo será realizado pelos kits de TBARS, ROS e proteína carbonilada. Os parâmetros antioxidantes serão avaliados pelos kits de SoD, catalase e GSH. Serão conduzidos também ensaios da atividade mitocondrial e a avaliação da via de sinalização de insulina por immunoblotting. RESULTADOS PRELIMINARES: Foram avaliados os efeitos do tratamento com BFT sobre as expressões proteicas relacionadas a morte neuronal e via de sinalização de insulina no hipocampo. O tratamento com BFT reduziu os níveis de Bcl-2 em 17% comparado ao controle (p<0,05). Comparando o equilíbrio entre os níveis de BAX e Bcl-2 observamos diferença significativa para os grupos CTR BFT e STZ a favor dos mecanismos anti-apoptóticos (p<0,05). O tratamento com BFT reduziu em 23% a fosforilação de ERK no grupo STZ tratado comparada ao grupo STZ BFT (p=0,053). O tratamento com BFT reduziu em 11% os níveis do receptor de insulina (IR) comparado ao CTR e em 26% comparado ao grupo STZ (p=0,55). Os níveis da proteína AKT total aumentaram com tratamento STZ em 29% comparado ao grupo CTR (p<0,05). O tratamento com BFT reduziu em 39% os níveis de AKT comparado ao grupo STZ (p<0,05) e em 22% comparado ao CTR (p<0,05). Não observamos diferença significativa nos níveis de fosforilação da proteína AKT e GSK3?? entre os grupos. Vale ressaltar que são necessários mais ensaios para confirmar esses resultados, dado o número pequeno de experimentos realizados.
Comissão Organizadora
Paulo Henrique Evangelista
Ana Caroline Rippi Moreno
Yago
Karol
Flaviane de Fatima Silva
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Vanessa
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Caroline Pancera Laurindo
Karen Cristina Rego Gregorio
Octávio Augusto de Carvalho Maia
Beatriz Pacheco de Souza
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