REPERCUSSÕES DA ASSOCIAÇÃO DE TRIIODOTIRONINA (T3) AO TRATAMENTO COM INSULINA SOBRE A SINALIZAÇÃO INSULÍNICA E EXPRESSÃO DE MARCADORES DE DEGENERAÇÃO E SOBREVIVÊNCIA NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) DE RATOS DIABÉTICOS

  • Autor
  • Talles Moraes de Sousa
  • Co-autores
  • Armando Ribeiro Florido Neto , Lucas Agostini , Maria Tereza Nunes
  • Resumo
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    INTRODUÇÂO: O diabetes mellitus (DM) e o hipotireoidismo são as endocrinopatias mais prevalentes na atualidade e ambos estão fortemente associados, de modo que indivíduos diabéticos são mais propensos a desenvolver hipotireoidismo e vice-versa. Sabemos que alterações no metabolismo da glicose e deficiência e/ou resistência à insulina no Sistema Nervoso Central (SNC) estão relacionadas a doenças neurodegenerativas, bem como que os hormônios tireoidianos (HT) são essenciais para o neurodesenvolvimento, regulação do metabolismo da glicose e sinalização insulínica nos tecidos. Estudos do nosso laboratório demonstraram que ratos Wistar induzidos ao DM, através de injeção intraperitoneal (IP) de Aloxana, desenvolvem hipotireoidismo. Dessa forma, estudos posteriores se concentraram em explorar os efeitos sistêmicos do tratamento crônico com triiodotironina (T3), associado ou não à insulina, nesses animais. Com isso, demonstramos que o tratamento com T3, isoladamente, melhora a sinalização insulínica no SNC. Recentemente, demonstramos também que a associação de T3 (1,5 µg/100g) com metade da dose de reposição de insulina (3U) promove benefícios na homeostase glicêmica se comparado ao tratamento padrão (insulina 6U); contudo, as repercussões desse tratamento no SNC ainda não foram exploradas. OBJETIVO: Avaliar em um modelo experimental de ratos diabéticos se a interação de T3 (1,5 µg/100g) + Insulina (3U), ministradas durante 28 dias, beneficia a sobrevida neural e plasticidade sináptica no hipocampo. Como desfechos secundários, analisaremos a via de sinalização insulínica, expressão de BDNF e proteína TAU no hipocampo e córtex entorrinal. MÉTODOS: Até o momento foram utilizados 32 ratos Wistar, provenientes do Biotério Central do ICB- USP (Decl. CEUA.122.2019). Parte desses animais (n=24) foi induzida ao DM por meio de injeção IP de aloxana; os demais receberam veículo (grupo C). Os animais DM foram tratados com T3 e insulina (grupo T3+3U), ou com 6U de insulina (grupo 6U) ou com solução salina 0,9% (grupo D), por 4 semanas. Após, os animais foram eutanasiados e os tecidos de interesse coletados para análise de expressão proteica (Western Blotting e ELISA). Outro experimento similar será realizado para analisar apoptose neuronal e plasticidade sináptica. Os dados obtidos foram expressos por média ± SEM, com ?=0,05. Os resultados preliminares foram comparados através da análise de uma via ANOVA, seguida pelo teste Tukey’s, para p<0,05. RESULTADOS: A reposição de insulina (grupo 6U) promoveu maior ganho de peso nos animais diabéticos, enquanto a deficiência de insulina (grupo D) resultou em perda de peso progressiva após 23º dia. O grupo T3+3U teve a mesma evolução de peso observada no grupo C (euglicêmico). Os grupos T3+3U e 6U apresentaram menores níveis glicêmicos de jejum em comparação com o grupo D. Além disso, os grupos T3+3U e 6U apresentavam sensibilidade à insulina, estimada pela constante de decaimento da glicose (KITT), semelhante ao grupo C. Por fim, houve aumento nos níveis de TSH no grupo D, o que não foi observado nos grupos T3+3U, 6U e C. CONCLUSÃO: Nossos resultados preliminares confirmam o hipotireoidismo em nosso modelo experimental e demonstra que a associação de T3 e insulina (3U) foi tão eficaz quanto o tratamento padrão (insulina 6U) no controle do peso, glicemia, sensibilidade à insulina e atividade da tireoide, o que traz uma perspectiva terapêutica relevante para o controle do diabetes insulinodependente nesses animais.

  • Palavras-chave
  • Diabetes Mellitus, Neurodegeneração, Triiodotironina, Insulina.
  • Área Temática
  • Fisiologia Endócrina
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