EFEITOS DO HORMÔNIO TIREOIDEANO T3 NO COMPORTAMENTO, NA NEUROINFLAMACAO E A PROGRESSÃO DA NEURODEGENERAÇÃO EM UM MODELO EXPERIMENTAL DE DOENÇA DE ALZHEIMER

  • Autor
  • PAULINA SEPULVEDA FIGUEROA
  • Co-autores
  • MARIA TEREZA NUNEZ , ANDRÉA S. TORRÃO
  • Resumo
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    INTRODUÇÃO: A Doença de Alzheimer (DA) é a forma mais comum de demência em indivíduos a partir dos 60 anos de idade, e é caracterizada pela degeneração neuronal de regiões relacionadas às funções cognitivas, atingindo principalmente regiões do hipocampo e córtex cerebral. Sua etiologia ainda é desconhecida e a idade é o principal fator de risco. Estudos sugerem que distúrbios no metabolismo da glicose e da sinalização da insulina cerebral estão associados com os estágios precoces e a progressão da DA. Nesse sentido, a DA pode ser decorrente da diminuição do metabolismo de glicose e da função mitocondrial no encéfalo, com diminuição da expressão e da atividade de enzimas e menor atividade da cadeia transportadora de elétrons. Assim, a busca de estratégias terapêuticas que possam interferir na função mitocondrial e melhorar o metabolismo de glicose no sistema nervoso é de extrema importância. A triiodotironina (T3), um hormônio tireoideano, é capaz de induzir biogênese mitocondrial aumentando assim, a capacidade da célula de gerar energia. Os hormônios tireoideanos (THs) têm um papel essencial em processos biológicos regulando a expressão gênica de moléculas envolvidas no metabolismo, crescimento e desenvolvimento. Estudos têm demonstrado uma forte relação entre DM e disfunções da tireóide e que o metabolismo de glicose e a sinalização da insulina podem ser modulados pelos hormônios tireoideanos. OBJETIVO: O objetivo deste projeto é avaliar os efeitos da suplementação do hormônio tireoidiano com triiodotironina (T3) no desempenho cognitivo relacionado à memória, neuroinflamação e neurodegeneração, em um modelo de neurodegeneração semelhante à DA em ratos induzido pela injeção intracerebroventricular de estreptozotocina (STZ). MÉTODO: Ratos wistar machos (n = 7-8), receberam injeções bilaterais (totalizando 4 µL) de veículo (tampão citrato) ou STZ (2 mg / Kg; Sigma) nos ventrículos laterais por cirurgia estereotáxica. Os animais que receberam veículo e STZ foram suplementados com dose suprafisiológica intraperitoneal diária de 1,5 µg / 100g de peso do animal de triiodotironina (T3) ou o mesmo volume de veículo (soro fisiológico), a partir do dia da cirurgia estereotáxica, por 30 dias. Os animais então constituíram os seguintes grupos: animais que receberam citrato tratados com soro fisiológico (Controle=CTL), animais que receberam STZ tratados com soro fisiológico (STZ), animais que receberam citrato tratados com T3 (T3) e animais que receberam STZ tratados com T3 (STZ+T3). O teste comportamental de reconhecimento de objeto avaliou a cognição e a neuroinflamação foi avaliada por Western Blot. Todos os experimentos foram aprovados pelo comitê de ética animal, N°023/2016 RESULTADOS: A análise dos dados revelou que a suplementação de T3 por 30 dias promoveu melhora na cognição, com um aumento do 56,1 % e 5% no índice de reconhecimento de objetos nos testes de curto e longo prazo respectivamente  (p <0,01, p<0,05),  e promoveu uma redução nos níveis da proteína ácida fibrilar glial, GFAP (p = 0,033), um marcador de astrocitose após o tratamento com T3 em animais com DA. CONCLUSÃO: Nossos dados fornecem evidências dos efeitos positivos que a suplementação de T3 tem em relação à cognição e neuroinflamação em um modelo de DA. Assim, este trabalho destaca a importância desta terapia e identifica mecanismos de ação que podem ser úteis no estabelecimento de estratégias terapêuticas.

     

  • Palavras-chave
  • Doença de Alzheimer, neurodegeneração, hormônio tireoideano, sinalização de insulina
  • Área Temática
  • Neurofisiologia
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