INTRODUÇÃO: Sabe-se que a hipertensão arterial crônica cursa com disfunção autonômica e importante perda da funcionalidade da barreira hematoencefálica (BHE) em áreas de controle autonômico (Biancardi et al, 2014). Sugeriu-se também que a proteína transportadora (Mfsd2a) pode ser um importante regulador da transcitose na BHE (Nguyen et al, 2014 e Ben-Zvi et al, 2014). Observações anteriores de nosso laboratório mostraram a potencialidade do treinamento aeróbio moderado (T) em reverter ambas as disfunções autonômica e da BHE (Buttler et al, 2017). OBJETIVO: Investigar o papel desempenhado pelo Mfsd2a na modulação da transcitose em hipertensos crônicos com disfunção da BHE, assim como sua participação na normalização da permeabilidade da BHE após T. MÉTODOS: Ratos espontaneamente hipertensos (SHR) e Wistar que foram alocados aos protocolos T (50-60% capacidade máxima, 1 h/dia, 5 dias/semana) ou mantidos sedentários (S) por 4 semanas. A capacidade aeróbica foi avaliada pelo teste de esforço máximo no início e final dos protocolos. Na 4ª. semana experimental os ratos foram submetidos ao cateterismo da artéria femoral posterior avaliação dos paramentos cardiovasculares basais. Em 2-3 animais de cada grupo testamos a permeabilidade da BHE pela infusão intra-arterial de corantes fluorescentes (Rodamina-dextran, 70 kDa + FITC-dextran, 10kDa). Após os experimentos funcionais os animais foram profundamente anestesiados e após a parada respiratória removemos os tecidos encefálicos a serem analisados (extravasamento da BHE e expressão gênica e proteica do Mfsd2a nos demais animais de cada grupo). Análises estatísticas foram realizadas pelo software Prisma® versão 5 (GraphPad®, San Diego, CA) e o nível de significância foi de P<0,05. Trabalho aprovado pela comissão de ética no uso de animais, n° 8352020819. RESULTADOS: Desde o início dos experimentos (semana 0) os SHR apresentavam desempenho superior em esteira (1,38±0,04 km/h vs. 0,99±0,07 km/h nos Wistar). Houve na semana 4 ganho significativo de desempenho em ambos os grupos T, enquanto os ratos S apresentaram quedas de -0,40±0,05 e -0,13±0,04 km/h, respectivamente para SHR-S e Wistar-S. Ao final dos protocolos SHR-S apresentavam PAM e FC elevados (161±2 mmHg e 374±8 b/min vs. 111±2 mmHg e 345±6 b/min nos Wistar-S), caracterizando a fase crônica da hipertensão. O T foi acompanhado de redução da FC basal em ambos os grupos: 337±5 b/min nos SHR, 326±4 b/min nos Wistar. Como esperado não observamos alterações significativas dos níveis pressóricos nos Wistar-T (109±2 mmHg). Também não houve queda significativa da PAM nos SHR-T (160±2 mmHg) muito provavelmente devido ao curto período de treinamento. CONCLUSÃO: Devido ao lockdown decretado em função da pandemia, não pudemos analisar os tecidos coletados. Atualmente estamos dando continuidade às análises de qPCR para a expressão gênica do Mfsd2a no núcleo paraventricular do hipotálamo e no núcleo do trato solitário dos 4 grupos experimentais.
Comissão Organizadora
Paulo Henrique Evangelista
Ana Caroline Rippi Moreno
Yago
Karol
Flaviane de Fatima Silva
Thayna dos Santos Vieira
Vanessa
sanyperego@icb.usp.br
Caroline Pancera Laurindo
Karen Cristina Rego Gregorio
Octávio Augusto de Carvalho Maia
Beatriz Pacheco de Souza
Comissão Científica