ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS EM UM MODELO DE EPILEPSIA DO LOBO TEMPORAL INDUZIDO POR PILOCARPINA

  • Autor
  • Milene Rodrigues Malheiros Lima
  • Co-autores
  • Octávio Augusto de Carvalho Maia , Felipe da Costa Souza , Ana Carolina Takakura , Thiago dos Santos Moreira
  • Resumo
  • TÍTULO: ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS EM UM MODELO DE EPILEPSIA DO LOBO TEMPORAL INDUZIDO POR PILOCARPINA  

    MALHEIROS-LIMA, MR¹, MAIA, OAC¹, SOUZA, FC1, TAKAKURA, AC1, MOREIRA, TS1. Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, SP.

    mlima@usp.br, octaviomaia2006@hotmail.com, f.dcsouza@alumni.usp.br, takakura@icb.usp.br, tsmoreira@icb.usp.br

    INTRODUÇÂO: Disfunções no controle cardiorrespiratório são frequentemente descritas em pacientes epilépticos e em modelos animais que mimetizam a epilepsia do lobo temporal, e parecem estar associadas com alterações anatômicas e funcionais em neurônios bulbares envolvidos no controle da respiração. Não encontramos na literatura nenhum trabalho que avaliou as alterações respiratórias e neuronais no modelo de epilepsia do lobo temporal induzido por injeção de pilocarpina diretamente no hipocampo, um modelo que apresenta menor mortalidade e maior seletividade das áreas cerebrais lesionadas. OBJETIVO: avaliar a ventilação e perfil neuronal, em regiões bulbares envolvidas com o controle da respiração, em animais que desenvolveram epilepsia do lobo temporal.  MÉTODOS: Ratos Wistar adultos (250-300g) foram submetidos ao implante de uma cânula guia de aço inoxidável na região do hipocampo para possibilitar a indução do Status Epilepticus (SE) por meio da injeção de pilocarpina (2,4 mg/ml; 1ml) intrahipocampal (N=7) ou salina, como controle (N=6). Os parâmetros ventilatórios foram avaliados por pletismografia de corpo inteiro, antes e 60 dias após a indução do SE, apenas nos animais que apresentaram crises espontâneas e recorrentes ao longo desse período. A ventilação foi avaliada em três condições: normóxia (21% O2), hipóxia (8% O2) e hipercapnia (21% O2; 7% CO2). Após os experimentos, os encéfalos foram removidos para verificação do sítio de injeção, degeneração de neurônios do hipocampo e avaliação de neurônios em regiões bulbares envolvidas com o controle da respiração (CEUA: 108/2014). RESULTADOS: Os animais submetidos a injeção de pilocarpina no hipocampo apresentaram redução da ventilação (VE, ml/kg/min) nas três condições avaliadas: a) normóxia (415±23 vs. salina: 525±32 ml/kg/min; p=0,021), b) hipóxia (1213±96 vs. salina: 1578±104 ml/kg/min; p= 0,027) e c) hipercapnia (1448±204 vs. salina: 1921±265 ml/kg/min; p=0,049), a qual foi determinada por reduções no volume corrente. Como esperado, os animais que desenvolveram a epilepsia do lobo temporal apresentaram uma intensa degeneração de neurônios do hipocampo e do complexo amigdalóide. O número de neurônios imunorreativos para tirosina hidroxilase não alterou nas regiões A2/C2 e A1. No entanto, observamos redução na região do grupamento C1 (163±10 vs. salina: 197±6 ml/kg/min; p=0,049). O número de neurônios imunorreativos para triptofano hidroxilase foi menor nos animais submetidos a injeção de pilocarpina (118±14 vs. salina: 165±8 ml/kg/min; p=0,039). Não observamos alterações no número de neurônios imunorreativos para Phox2b na região do núcleo retrotrapezóide e do núcleo do trato solitário. CONCLUSÃO: No modelo de epilepsia do lobo temporal induzido por injeção de pilocarpina diretamente no hipocampo, a redução da ventilação observada na normóxia, hipóxia e hipercapnia pode estar associada com a redução no número de neurônios serotoninérgicos da rafe e com a redução de neurônios catecolaminérgicos do grupamento C1.

    AGÊNCIA DE FOMENTO: FAPESP, Projeto: 2017/08696-5.

    ÁREA EM QUE SE INSERE O RESUMO: Fisiologia Cardiovascular e Respiratória

     

  • Palavras-chave
  • Epilepsia, Controle neural, Ventilação, hipóxia, hipercapnia,
  • Área Temática
  • Fisiologia do Sistema Respiratório
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