INTRODUÇÂO: Evidências experimentais sugerem que o funcionamento incorreto da barreira hematoencefálica (BHE) em diferentes patologias induz alterações significativas na perfusão cerebral comprometendo o controle autonômico da circulação. Sabe-se ainda que, o treinamento aeróbio (T) é eficaz para reduzir e corrigir a intensa atividade neuro-hormonal na insuficiência cardíaca (IC). OBJETIVO: O objetivo deste estudo é investigar os efeitos da IC e do T sobre a permeabilidade e constituintes da BHE em capilares de áreas cerebrais envolvidas com o controle autonômico cardiovascular. MÉTODOS: Todos os protocolos experimentais foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais (protocolo CEUA: 8999241018). Ratos Wistar foram divididos aleatoriamente para realização da cirurgia controle (SHAM) ou indução de infarto agudo do miocárdio através da obstrução da coronária descendente anterior. Após 4 semanas, foi realizado exame de ecocardiografia para comprovação da insuficiência cardíaca e os ratos infartados (IC) e intactos (SHAM) foram destinados aos protocolos de T em esteira ou sedentarismo (S) por um período de 8 semanas. Em seguida, os animais foram submetidos à cateterismo para registro direto de parâmetros cardiovasculares e técnica de infusão intra-arterial de corantes fluorescentes de alto e baixo peso molecular para identificação de presença ou ausência de lesão da BHE. Outros animais foram designados para análises de microscopia eletrônica de transmissão (TEM) para verificar possíveis alterações estruturais na BHE induzidas pela IC e T. RESULTADOS: Nossos resultados parciais apontam que a IC é acompanhada de comprometimento da BHE, com aumento significativo da permeabilidade. Foi observado elevado número de vesículas transportadoras em capilares de importantes áreas de controle autonômico cardiovascular (como o, núcleo paraventricular do hipotálamo, PVN; núcleos do trato solitário, NTS e bulbo ventrolateral rostral, RVLM), determinando, portanto, aumento marcante da transcitose. Em animais com IC, não foi encontrada alteração do transporte paracelular (indicado pela 2 integridade das junções oclusivas) e demais constituintes da BHE. Por outro lado, o treinamento físico demonstrou ser efetivo para diminuir a permeabilidade da BHE e a quantidade de vesículas transcitóticas no PVN, NTS e RVLM, novamente, sem alterar as junções oclusivas e os demais constituintes da BHE. Somado à isso, animais com IC-S apresentaram redução da pressão arterial média (PAM), aumento da variabilidade da pressão arterial sistólica (PAS) e maior atividade simpática periférica, alterações essas que foram reduzidas/normalizadas nos IC-T. CONCLUSÃO: Dados prévios do projeto demonstram que, a IC cursa com importante disfunção da BHE em áreas autonômicas de controle cardiovascular e que o treinamento físico é capaz de corrigir a funcionalidade da BHE nessas áreas centrais reduzindo concomitantemente a atividade do simpático periférico. AGÊNCIA DE FOMENTO: FAPESP, Projeto: 2017/22156-3
Comissão Organizadora
Paulo Henrique Evangelista
Ana Caroline Rippi Moreno
Yago
Karol
Flaviane de Fatima Silva
Thayna dos Santos Vieira
Vanessa
sanyperego@icb.usp.br
Caroline Pancera Laurindo
Karen Cristina Rego Gregorio
Octávio Augusto de Carvalho Maia
Beatriz Pacheco de Souza
Comissão Científica