Ao analisarmos o conjunto das disciplinas oferecidas nos programas pós-graduação, observamos a carência das que deem um enfoque à formação docente, envolvendo o aluno nas experiências de ensino para graduação. Nesse sentido, a disciplina BMB5787: Estruturação de um Programa de Ensino de Fisiologia Endócrina Dirigido a Capacitação Docente, se destaca das demais, pois além de ser uma disciplina pedagógica, envolve os alunos na participação ativa da elaboração, execução e avaliação de um programa de Fisiologia Endócrina. O presente estudo é de característica descritiva e foi elaborado a partir da experiência com a disciplina BMB5787. Inicialmente, todos os tópicos de Fisiologia Endócrina foram revisados e, em seguida, desenvolvemos um planejamento do curso. As aulas foram ministradas online devido a pandemia do SARS-CoV-2. Participamos ativamente do bloco de endocrinologia com a disciplina BMB108/Fisiologia, oferecida para aproximadamente 100 alunos da EEFE-USP. Ao todo, 8 aulas de fisiologia endócrina e 8 atividades didáticas foram disponibilizadas ao longo da disciplina. A 1ª aula abordou os princípios gerais de fisiologia endócrina, e a atividade desenvolvida foi um esquema onde os alunos movimentavam imagens posicionando-as corretamente de acordo com a característica do hormônio. A 2ª aula foi sobre o sistema Hipotálamo-Hipofisário; a atividade requeria que os alunos identificassem o hormônio solicitado através de dicas como: sabendo que o CRH é o hormônio hipotalâmico e a resposta final é a liberação de cortisol, conclui-se que o hormônio hipofisário estimulado é o ACTH agindo na glândula Supra Renal. A 3ª aula foi sobre fisiologia da Glândula Tireoide; a atividade foi um esquema ilustrativo da glândula e folículo, para os alunos preencherem espaços com as proteínas que atuam. A 4ª aula foi sobre Regulação Hormonal da Homeostase do Cálcio e Fósforo, a atividade foi uma história em quadrinhos onde uma das personagens se encontrava com elevação de PTH no plasma e de cálcio de 24h na urina, baixa fosfatase alcalina e vitamina D dentro da normalidade. Os alunos discutiam as informações relacionando-as com a menopausa e como a fisiologia atuava nesse período. A 5ª aula foi sobre o pâncreas endócrino e a atividade foi um jogo de palavras cruzadas, com dicas que iam ao encontro do conteúdo ministrado em aula, exemplo: Processo que fornece glicose principalmente durante o jejum – Glicogenólise. A 6ª aula foi sobre a fisiologia dos hormônios do córtex adrenal e sua regulação, e a atividade foi uma matéria fictícia, em que um doutor afirmava que pessoas que entravam em uma banheira cheia de gelo ficavam imunes ao Covid-19, tendo relação com o cortisol liberado durante banhos ultra gelados. O aluno respondia se concordava ou não com a afirmação e justificava. A 7ª aula foi sobre sistema reprodutor masculino, e a atividade foi relembrar uma matéria de 1950, onde atletas da Alemanha receberam inúmeras medalhas de ouro após o uso de hormônios masculinos. Os alunos discutiam os efeitos que a testosterona promove, inclusive os colaterais, trazendo consequências como morte prematura. Finalizando, a 8ª aula foi sobre sistema reprodutor feminino, e a atividade foi criar uma tabelinha (calculadora do período fértil) de uma personagem fictícia. Concluímos que a disciplina proporcionou uma compreensão da nossa realidade de ensino e do importante papel que o docente desempenha na formação do profissional da área de saúde e sugerimos que disciplinas similares de outros blocos da fisiologia sejam oferecidas, o que complementaria nossa formação como docentes.
Comissão Organizadora
Paulo Henrique Evangelista
Ana Caroline Rippi Moreno
Yago
Karol
Flaviane de Fatima Silva
Thayna dos Santos Vieira
Vanessa
sanyperego@icb.usp.br
Caroline Pancera Laurindo
Karen Cristina Rego Gregorio
Octávio Augusto de Carvalho Maia
Beatriz Pacheco de Souza
Comissão Científica