Análise da via de transporte de água através dos Transportadores de Ureia, quando expressos em oócitos da rã Lithobates catesbeianus.

  • Autor
  • Neydiana Pina-Lopes
  • Co-autores
  • Jéssica Kabutomori , Raif Musa-Aziz
  • Resumo
  • INTRODUÇÃO: Nos rins, os transportadores de ureia (UTs) são responsáveis por facilitar a difusão de ureia através da membrana plasmática, importante para o mecanismo de concentração urinária. Sabe-se que as isoformas de UT são expressas em regiões específica dos rins. UT-A1 e UT-A3 são expressos nas membranas apical e basolateral do ducto coletor medular interno, respectivamente, UT-A2 é expresso no segmento descendente fino da Alça de Henle e o UT-B é expresso na vasa reta descendente. A estrutura cristalina do UT-B bovino (bUT-B) revela que o UT é uma proteína homotrimérica onde cada monômero possui um poro com um filtro de seletividade, através do qual a ureia passa a favor do seu gradiente de concentração. Na região mais estreita de cada poro, foram identificados dois resíduos de Treonina (T) — conservados em todos os UTs — que formam o sítio de ligação da proteína com a ureia. Estudos anteriores com bUT-B demonstraram que a mutação de ambos os resíduos T por Valina (V) reduz o transporte de ureia. Interessantemente, dados recentes produzidos no nosso laboratório demonstram que: 1) oócitos da rã Lithobates catesbeianus, após a injeção de cRNA, expressam as proteínas wild type (WT) de camundongo (m) mUT-A2WT, mUT-A3WT ou mUT-BWT na membrana plasmática e 2) a permeabilidade osmótica à água (Pf) desses oócitos foi significativamente maior que a dos oócitos injetados com H2O (controle). OBJETIVOS: Investigar o efeito da mutação dos dois resíduos T conservados no filtro de seletividade do poro monomérico do mUT-A2WT, mUT-A3WT e mUT-BWT na expressão dessas proteínas na membrana plasmática e na permeabilidade osmótica à água (Pf). MÉTODOS: Oócitos isolados foram injetados com cRNA de mUT WT versus mutantes [(UT-A2WT vs UT-A2T176V e UT-A2T338V), (UT-A3WT vs UT-A3T246V e UT-A3T408V) e (mUT-BWT vs UT-BT172V e UT-BT334V)] ou injetados com H2O (controle). A expressão dos UTs na membrana plasmática foi avaliada por biotinilação, seguida por “Western blot” com um anticorpo anti-cMyc. A Pf dos oócitos foi avaliada colocando os oócitos em uma solução hipotônica (70 mOsm / L) e registrando o inchaço celular por meio de microscopia de vídeo. As mudanças subsequentes no volume da célula foram usadas para calcular a Pf (cm / s). CEUA nº 7971160519. RESULTADOS: A análise de Western blot de amostras biotiniladas de oócitos controle não tiveram nenhum sinal detectável, enquanto as amostras de oócitos que expressam mUT-A2WT, mUT-A3WT e mUT-BWT e seus respectivos mutantes revelaram bandas imunorreativas ao redor de 45 kDa. Este valor condiz com o peso molecular dos monômeros de UT glicosilados. Oócitos com expressão de mUT-A2WT, mUT-A3WT ou mUT BWT tiveram valores de Pf significativamente (p>0,0125) maiores quando comparados com a dos oócitos que expressam seus respectivos mutantes ou dos oócitos controles. CONCLUSÃO: Assim, os resultados demonstram que os resíduos de T conservados no poro monomérico do mUT-A2, mUT-A3 e mUT-B são essenciais para o transporte de água pelos UTs. Nossa hipótese é que as hidroxilas presentes na cadeia lateral das T no poro monomérico interagem com as moléculas de água e ajudam a guiá-las através do poro. Portanto, os resultados deste estudo fornecem uma melhor compreensão dos mecanismos moleculares subjacentes ao transporte de água mediado pelos UTs e sugerem que o uso de inibidores de UT poderia funcionar como diuréticos eficazes, bloqueando tanto a ureia quanto o transporte de água.

     

  • Palavras-chave
  • Oócitos de Lithobates, Transporte de água, Filtro de seletividade, Transportadores de ureia
  • Área Temática
  • Fisiologia Renal
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