Introdução: O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) e a demência são condições psiquiátricas e neurológicas, respectivamente, que têm sido objeto de crescente interesse na literatura científica. Embora tradicionalmente consideradas entidades distintas, estudos recentes sugerem uma possível interconexão entre essas duas condições. O trauma psicológico, muitas vezes desencadeador do TEPT, pode estar associado a alterações neurobiológicas que, ao longo do tempo, contribuem para o desenvolvimento de quadros demenciais. Objetivo: analisar e sintetizar as evidências científicas disponíveis sobre a relação entre Transtorno de Estresse Pós-Traumático e demência, destacando os fatores de risco psiquiátricos associados e explorando as opções de tratamento neurológico. Buscamos investigar a extensão dessa associação, identificar lacunas no conhecimento atual e fornecer insights para orientar pesquisas futuras e intervenções clínicas. Metodologia: A revisão foi conduzida seguindo as diretrizes do PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). Utilizamos as bases de dados PubMed, Scielo e Web of Science para identificar artigos publicados nos últimos 10 anos, com os descritores "post-traumatic stress disorder", "dementia", "psychiatric risk factors", "neurological treatment", e "trauma-related cognitive decline". Os critérios de inclusão abrangeram estudos que investigaram a relação entre TEPT e demência, considerando fatores psiquiátricos e intervenções neurológicas. Foram excluídos estudos com metodologia inadequada, amostras não representativas e ausência de dados relevantes. Resultados: A análise dos estudos selecionados revelou uma associação significativa entre TEPT e demência, destacando a importância dos fatores psiquiátricos, como depressão e ansiedade, como mediadores nessa relação. Intervenções neurológicas, incluindo terapias cognitivas e farmacológicas, demonstraram efeitos positivos na gestão de sintomas relacionados à cognição em pacientes com TEPT e demência. No entanto, persistem lacunas na compreensão dos mecanismos subjacentes e na eficácia a longo prazo dessas abordagens. Conclusão: Esta revisão sistemática destaca a complexa interação entre TEPT e demência, evidenciando a necessidade de abordagens integradas no diagnóstico e tratamento. A compreensão dos fatores de risco psiquiátricos e a implementação de estratégias neurológicas podem representar avanços significativos no manejo clínico dessas condições comuns. No entanto, são necessárias mais pesquisas para aprofundar a compreensão dos mecanismos subjacentes e validar a eficácia a longo prazo das intervenções propostas.
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IGOR COSTA SANTOS
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