Introdução: O estresse é uma reação do organismo diante de situações desafiadoras ou ameaçadoras, que envolve aspectos fisiológicos, psicológicos e comportamentais. O estresse pode ter efeitos positivos ou negativos, dependendo da intensidade, duração e forma de enfrentamento. Quando o estresse é excessivo ou crônico, pode afetar negativamente a saúde física e mental do indivíduo, favorecendo o surgimento ou agravamento de doenças psicossomáticas. As doenças psicossomáticas são aquelas que têm origem ou influência de fatores psicológicos e emocionais, como ansiedade, depressão, raiva, medo, culpa, entre outros. Elas se manifestam por meio de sintomas ou alterações em diferentes órgãos ou sistemas do corpo, como pele, aparelho digestivo, sistema cardiovascular, sistema respiratório, sistema imunológico, entre outros. Alguns exemplos de doenças psicossomáticas são: asma, úlcera, hipertensão, alergias, câncer, entre outras. Objetivo: realizar uma revisão sistemática da literatura sobre a influência do estresse no desenvolvimento de doenças psicossomáticas na realidade dos trabalhadores, identificando os principais fatores de risco, as doenças mais frequentes, os mecanismos fisiopatológicos envolvidos, as formas de prevenção e tratamento, e as implicações para a saúde ocupacional. Metodologia: A metodologia utilizada foi baseada no checklist PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses), que consiste em um conjunto de recomendações para a elaboração e a apresentação de revisões sistemáticas e meta-análises. Foram consultadas as bases de dados PubMed, Scielo e Web of Science, utilizando os seguintes descritores: estresse, doenças psicossomáticas, trabalho, saúde ocupacional e psicossomática. Resultados: Foram selecionados 16 estudos. Os resultados encontrados foram organizados em quatro categorias: fatores de risco, doenças psicossomáticas, mecanismos fisiopatológicos e prevenção e tratamento. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças psicossomáticas relacionados ao trabalho foram: excesso de carga horária, falta de autonomia, conflitos interpessoais, assédio moral, violência, entre outras. Os mecanismos fisiopatológicos envolvidos na relação entre estresse e doenças psicossomáticas foram: alterações no sistema nervoso central, no sistema endócrino, no sistema imunológico, na expressão gênica, na inflamação, na oxidação, na apoptose, entre outros. As formas de prevenção e tratamento das doenças psicossomáticas foram: promoção da saúde no trabalho, intervenções psicoeducativas, terapias cognitivo-comportamentais, técnicas de relaxamento, meditação, exercícios físicos, alimentação saudável, uso de medicamentos, entre outras. Conclusão: A revisão sistemática da literatura evidenciou a influência do estresse no desenvolvimento de doenças psicossomáticas na realidade dos trabalhadores, demonstrando a complexidade e a multidimensionalidade do fenômeno. Ficou claro que o estresse é um fator de risco para a saúde física e mental dos trabalhadores, podendo comprometer seu desempenho, sua satisfação, sua qualidade de vida e seu bem-estar. Portanto, é necessário que sejam adotadas medidas de prevenção e intervenção, tanto no nível individual quanto no organizacional, visando à redução do estresse, à promoção da saúde e à melhoria das condições de trabalho. Além disso, é importante que sejam realizados mais estudos sobre o tema, com metodologias rigorosas, amostras representativas e abordagens integrativas, que possam contribuir para o avanço do conhecimento científico e para a prática profissional na área da psicossomática e da saúde ocupacional.
Comissão Organizadora
IGOR COSTA SANTOS
Comissão Científica