Introdução: As doenças psicossomáticas são aquelas que envolvem uma interação entre fatores psicológicos e somáticos, ou seja, entre a mente e o corpo. Essas doenças podem se manifestar de diversas formas, como dor crônica, hipertensão, asma, úlcera, alergias, entre outras. O tratamento dessas doenças requer uma abordagem interdisciplinar, que integre diferentes áreas do conhecimento e da prática, como o serviço social, a psicologia, a enfermagem e a medicina. Essa integração visa oferecer uma assistência mais holística, humanizada e efetiva aos pacientes, considerando as dimensões biológicas, psicológicas, sociais e culturais envolvidas no processo saúde-doença. Objetivo: O objetivo desta revisão sistemática de literatura foi avaliar a eficácia e a qualidade da abordagem interdisciplinar no tratamento de doenças psicossomáticas, comparando-a com outras modalidades de intervenção. Metodologia: Foi realizada uma busca nas bases de dados PubMed, Scielo, Web of Science, utilizando os seguintes descritores: doenças psicossomáticas, serviço social, psicologia, enfermagem, medicina. Foram incluídos apenas artigos publicados nos últimos 10 anos, em português, inglês ou espanhol, que apresentassem estudos originais, com delineamento experimental ou quase-experimental, que comparassem a abordagem interdisciplinar com outras formas de tratamento de doenças psicossomáticas. Foram excluídos artigos que não atendessem aos critérios de inclusão, que fossem revisões de literatura, relatos de caso, editoriais, cartas ao editor, ou que apresentassem conflitos de interesse, viés de publicação ou baixa qualidade metodológica. A seleção dos artigos foi feita seguindo o checklist PRISMA, que consiste em quatro etapas: identificação, triagem, elegibilidade e inclusão. Os artigos selecionados foram analisados quanto aos seus objetivos, métodos, resultados, conclusões e limitações. Resultados: Foram selecionados 20 estudos. A maioria dos estudos comparou a abordagem interdisciplinar com a abordagem médica convencional, mas alguns também incluíram outras modalidades de intervenção, como a terapia cognitivo-comportamental, a acupuntura, a hipnose, entre outras. A abordagem interdisciplinar foi superior à abordagem médica convencional em termos de redução da intensidade e da frequência da dor, melhora da qualidade de vida, do funcionamento físico e psicossocial, da satisfação com o tratamento e da adesão terapêutica dos pacientes com doenças psicossomáticas. A abordagem interdisciplinar foi equivalente ou superior a outras modalidades de intervenção em termos de melhora dos sintomas, da autoeficácia, da autoestima, do coping, da resiliência, da autoimagem, da autoaceitação, da autoconfiança e da autoestima dos pacientes com doenças psicossomáticas. A abordagem interdisciplinar foi capaz de promover mudanças cognitivas, emocionais, comportamentais e relacionais nos pacientes com doenças psicossomáticas, favorecendo a compreensão e o manejo dos fatores psicológicos e somáticos envolvidos na sua condição. Conclusão: A revisão sistemática de literatura evidenciou que a abordagem interdisciplinar no tratamento de doenças psicossomáticas é uma modalidade de intervenção eficaz, que proporciona benefícios clínicos, psicológicos, sociais e humanos aos pacientes, superando ou complementando outras formas de tratamento. No entanto, ainda há necessidade de mais estudos que avaliem os mecanismos, os processos, os custos e os desafios da implementação e da sustentabilidade da abordagem interdisciplinar no contexto da saúde pública.
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IGOR COSTA SANTOS
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