Introdução: A cultura de segurança é definida como o produto de valores, atitudes, competências e padrões de comportamento individuais e de grupo, que determinam o compromisso, o estilo e a proficiência da administração de uma organização saudável e segura. Avaliar cultura de segurança permite identificar e gerir prospectivamente questões relevantes de segurança nas rotinas e condições de trabalho. Esta abordagem permite acessar informações dos funcionários a respeito de suas percepções e comportamentos relacionados à segurança, identificando pontos fracos e fortes e as áreas mais problemáticas para que se possa planejar e implementar intervenções. O Hospital Surveyon Patient Safety Culture – HSOPSC consiste em um dos instrumentos mais utilizados e testados mundialmente para mensurar cultura de segurança. Criado pela Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ), apresenta uma estrutura de 12 dimensões e 42 itens, e avalia questões referentes à cultura de segurança nos níveis individual, das unidades da organização e a nível hospitalar com resultados válidos e confiáveis. Objetivo: Comparar os dados do Hospital Surveyon Patient Safety Culture de um hospital público da grande São Paulo com os publicados por um banco de dados internacional. Metodologia: Foi elaborado um instrumento de pesquisa baseado no HSOPSC e aplicado por um período de 15 dias em fevereiro de 2015 e 2017 a todos os colaboradores do Hospital Geral de Itapecerica da Serra (HGIS). O formulário eletrônico ficou disponível num link da intranet, na qual todos tinham acesso. As respostas foram anônimas e voluntárias. O Serviço de Vigilância de Risco foi responsável por exportar os dados para uma planilha de excell e compilar as respostas, comparando com os dados publicados pelo AHRQ em 2016 de 680 hospitais pelo mundo. Resultados: O percentual de respostas positivas de 2015 e 2017 do HGIS e AHRQ, respectivamente, foram: No item Trabalho em equipe dentro das unidades: 69,5%, 71,6% e 82%. Em Expectativas e ações de promoção de segurança dos supervisores/gerentes: 72,75%, 75,44% e 78%. Aprendizado organizacional e melhoria contínua: 78,4%, 80,6%, 73%. Apoio da gestão hospitalar para a segurança do paciente: 75,8%, 80,9% e 72%. Retorno das informações e da comunicação sobre erro: 69,4%, 70,1%, 68%. Frequência de eventos notificados: 72,0%, 74,5%, 67%. Percepção geral da segurança do paciente: 51,5%, 57,2%, 66%. Abertura da comunicação: 60,6%, 59,8%, 64%. Trabalho em equipe entre as unidades: 57,0%, 60,1%, 61%. Adequação de profissionais: 39,8%, 38,6%, 54%. Passagem de plantão e transferências internas: 53,4%, 49,8%, 48%. Respostas não punitiva aos erros: 27,7%, 25,6%, 45%. Conclusão: Verifica-se uma importante melhoria da percepção dos colaboradores quanto à segurança na instituição entre os anos pesquisados, com resultado melhor no ano seguinte em 66,7% das dimensões avaliadas. Em 41,7% das questões, em 2017 houve um resultado melhor que o encontrado no AHRQ, o que reforça que as ações internas têm sido eficientes e que a instituição tem fortalecido sua cultura de segurança, apesar de existirem fragilidades que ainda necessitam serem trabalhadas, já que em três dimensões, o percentual de respostas positivas está abaixo de 50%.
Comissão Organizadora
Rafael Rossi
ANVISA
R3 Aline
RONALDO RUIZ
Comissão Científica