Introdução: As infecções hospitalares geram consequências significativas para o sistema financeiro da instituição e principalmente para com o paciente, devido ao seu tempo de internação prolongado, o uso de antimicrobianos e a elevada taxa de mortalidade. Frente a este problema de saúde pública, uma das estratégias adotadas é a participação do paciente no seu processo de recuperação da saúde, melhorando a segurança e qualidade do serviço. A Ronda Ostensiva de Segurança do Paciente com foco na prevenção da Infecção Hospitalar (ROSPIH), foi implantada na instituição com o objetivo em abordar os pacientes para orientações sobre a importância do seguimento de boas práticas de prevenção da infecção hospitalar e realizar auditoria das práticas assistenciais dos pacientes internados, com o intuito de reduzir os riscos de aquisição desse mal e aumentar a segurança do paciente durante sua hospitalização Objetivo: Avaliar a qualidade da estratégia da Ronda Ostensiva de Segurança do Paciente, com foco na prevenção da infecção hospitalar, em um Hospital Universitário Público do Norte do Paraná, inserido na Rede Sentinela. Método: Foram analisados 122 questionários preenchidos pela equipe de auditores. Cada questionário continha 34 itens de avaliação, sendo alguns perguntados diretamente ao paciente. O questionário é composto por 4 áreas de prevenção de infecção hospitalar, são elas: prevenção de pneumonia (deambulação, mudança de decúbito e higiene oral do paciente); prevenção de infecção relacionado a dreno e cateter (dreno de tórax, curativos, infusão venosa contínua, data de equipos/sondas, cuidado com bolsa coletora de diurese); higienização das mãos (realização do procedimento antes e após contato com paciente e dispenseres funcionantes de álcool espuma e sabão líquido na enfermaria) e avaliação do ambiente/enfermaria (limpeza do quarto/banheiro, ar condicionado, temperatura da geladeira para medicamentos). Resultados: A idade média dos pacientes foi de 52 anos; 60,7% dos pacientes pertenciam ao sexo masculino e 39,3% feminino. O setor predominantte da ROSPIH foi a unidade de internação clínico-cirúrgica masculina com 51,6%, seguida pela unidade feminina (33,6%) e Pronto-Socorro (14,8%). O turno com maior avaliação foi o vespertino (47,5%), seguido de noturno (34,4%) e matutino (18,0%). A maioria (95,1%) dos pacientes não adquiriu infecção hospitalar e apenas 4,9% adquiriram algum tipo de infecção durante o período de hospitalização. O nível de qualidade dos cuidados prestados foram classificados de acordo com a literatura (100% qualidade ideal; 99 a 70% qualidade satisfatória e > 70% sofrível). De acordo com as análises verificou-se que a assistência relacionada a prevenção de infecções na instituição, foi classificada com qualidade satisfatória em 85,2% e sofrível em 14,8% dos casos. Os resultados demonstraram que a partir da ronda, foi possivel avaliar que esta iniciativa contribuiu para o empoderamento dos pacientes no seu processo de recuperação à saúde e na co-responsabilização do seu cuidado. Considerações finais: A elaboração de ações que promovam uma prevenção a possíveis danos ao paciente são relevantes, pois proporcionam uma assistência de maior qualidade e segurança, além de permitir a integração entre paciente e profissonal, sendo uma boa prática de gestão do cuidado a ser explorada e disseminada.
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