Introdução: A Tecnovigilância é umas das atividades da Gerência de Risco (GR), que compreende a vigilância de eventos adversos e queixas técnicas de produtos para saúde na fase de pós-comercialização, podendo “propor programas especiais de avaliação de qualidade e segurança de equipamentos para saúde”.
Com a contínua incorporação de tecnologias na saúde, o gerenciamento de risco hospitalar deve ser implantado para sistematizar o monitoramento de eventos adversos, executando ações para o controle e eliminação de seus danos. Como parte dessas ações, a tecnovigilância atua nos procedimentos para aquisição, utilização e controle da qualidade de produtos e equipamentos na saúde. Nesse sentido, a qualidade é requisito fundamental, que propicia a segurança necessária para os resultados requeridos. Implantar metodologia de avaliação de um produto médico-hospitalar é importante e se torna premente, considerando que eventos adversos podem ocorrer mesmo em situações usuais com produtos de boa qualidade.
O uso do Desfibrilador/cardioversor consiste num procedimentos terapêuticos que visam à reversão das arritmias cardíacas pela aplicação de um pulso de corrente elétrica de grande amplitude num curto período de tempo. “Ao atravessar o coração, esta corrente força uma contração simultânea das fibras cardíacas, possibilitando o restabelecimento de um ritmo normal.”
Desta forma, avaliar a qualidade e segurança dos equipamentos para saúde esta no escopo da Gerência de Risco, sendo o trabalho desenvolvido na avalição das condições dos cardioversores/desfibriladores, existência dos equipamentos e sua utilização. Esses parâmetros são de suma importância, pois estam diretamente ligado à recuperação/reversão do quadro do paciente em momentos de grande gravidade.
Objetivo: Realizar levantamento acerca das condições de funcionamento, manutenção e checagem dos cardioversores/desfibriladores situados em serviços/setores do Hospital.
Resultados : Foram visitados 44 setores. Em 25% dos serviços/setores não possuíam o equipamento, alguns serviços compartilhavam usando como critério a proximidade dos mesmos. Nas visitas foram encontrados 29 equipamentos, destes 90% passam por uma manutenção preventiva periódica, 62,1% dos serviços não tinham procedimento de checagem do mesmo, 31% afirmaram realizar a checagem diariamente, 6,9% checa semanalmente e 86,2% dos serviços não fazem qualquer tipo de registro sobre a checagem.
Considerações finais: Identificamos pontos que poderiam ser melhorados e assim propomos ideias de melhorias e padronização do serviço, diminuindo chances de erro. Entre as propostas de melhoria encontram-se: criação de um Procedimento Operacional Padrão (POP) para checagem dos cardioversores/desfibriladores; elaboração de um mapa da distribuição dos equipamentos e fluxo de uso, oficinas de capacitação em manuseio dos equipamentos, troca de equipamentos obsoletos por novos e distribuição estratégica dos equipamentos no Hospital. Essa discussão torna-se importante no processo de identificar melhorias e propor um ambiente de trabalho mais seguro para profissionais e pacientes. Desta maneira, esperamos contribuir para uma melhor organização e segurança dos equipamentos objetivando a qualidade e a excelência no trato aos usuários e trabalhadores, já que o trabalhador da saúde também está contemplado nesse cenário, em que o risco conferido ao usuário ou aos produtos em uso no seu cuidado pode refletir em sua própria segurança.
Comissão Organizadora
Rafael Rossi
ANVISA
R3 Aline
RONALDO RUIZ
Comissão Científica