Introdução: Duas questões motivaram a Organização Mundial de Saúde (OMS) a eleger os protocolos de segurança do paciente: o pouco investimento necessário para a sua implantação e a magnitude dos erros e eventos adversos decorrentes da falta deles. Dentre os protocolos básicos de segurança do paciente implantados pela Portaria GM/MS nº 1.3771, encontra-se o de prevenção de LPP, que é o 3° evento adverso mais notificado através do NOTIVISA. Objetivo: Descrever como a prática da análise crítica de indicações referentes a LPP no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP (HC FMRP USP) melhorou os resultados e reduziu incidência. Resultados: Os indicadores são modelos de representação, tanto quantitativa quanto qualitativa, de características e propriedades de uma dada realidade (processos, produtos, organizações e serviço)2. A principal finalidade de um indicador é o de otimizar tomadas de decisão. O HC FMRP USP faz parte da rede sentinela desde 2001, com implantação dos 6 protocolos básicos de segurança do paciente em 2013 conforme demanda do MS. No Planejamento Estratégico Institucional (2015-2018), categoria Atenção a Saúde, foram incorporadas as propostas e metas de indicadores para os 6 protocolos básicos. Para o protocolo de LPP as metas pactuadas foram: a) Incidência: até 5% em unidades de internações abertas e até 15% em Centros de Terapia Intensiva (CTIs); b) Avaliação de risco: acima de 80% dos pacientes internados. Em 2016 foram implantados os indicadores, em 2017 começou-se a implantação da captação automática de dados para alimentar estes indicadores e em 2018 foram renovadas as metas. Os indicadores do hospital são alimentados através da plataforma Channel. A incidência de LPP nas unidades de internação abertas está variando de 2-4% e nos CTIs de 5-8%, abaixo da meta nacional e institucional. Quanto à avaliação de risco estamos acima da meta estabelecida, haja vista que 90% das unidades assistenciais têm mais de 92% de realização de avaliação de risco para LPP, seja pela escala de Braden ou Braden Q e para 2019 através da escala de Braden Q neonatal. A análise crítica é feita de duas formas, pelos diretores das áreas assistenciais sempre que o indicador sair da meta e semestralmente pelo coordenador do subcomitê. Esta análise crítica é apresentada e discutida junto a gestão hospitalar e Núcleo de Segurança de Paciente a fim de definir planos de ação. Vale ressaltar que a análise crítica é feita baseada em dados pregressos, atuais e em notificações. O HC FMRP USP aderiu à certificação Compromisso com a Qualidade Hospitalar (CQH) desde 2007, com última validação da certificação em 2017, onde um dos critérios avaliados foram os indicadores hospitalares e seu acompanhamento. Na ocasião o hospital conquistou o nível prata do Prêmio Nacional de Gestão em Saúde. Considerações Finais: Com a incorporação de indicadores e realização de análise crítica, é possível ter dados confiáveis para tomada de decisões assertivas, apresentar maior resolubilidade/agilidade das ações visando a segurança do paciente, minimizando assim riscos, retrabalho e perda financeira.
Comissão Organizadora
Rafael Rossi
ANVISA
R3 Aline
RONALDO RUIZ
Comissão Científica