A segurança do paciente tem sido uma das principais preocupações das organizações de saúde, para conferir qualidade aos seus serviços. Em 2013, o Ministério da Saúde aprovou os protocolos básicos de segurança do paciente, instrumentos baseados em evidências científicas, valiosos para a padronização de processos de trabalho e importantes para garantir qualidade. O Índice de Segurança do Paciente (ISP) reúne estrategicamente, em um único indicador, o percentual de conformidade de adesão aos protocolos básicos de prevenção. Os indicadores que são utilizados para o cálculo do ISP são: Cirurgia Segura, com os marcadores antibioticoprofilaxia no momento adequado e adesão à Lista de Verificação; Higiene das mãos com o percentual de adesão à prática pela equipe multidisciplinar; Identificação Segura do Paciente, com uso de pulseiras padronizadas na instituição; Prevenção de Quedas, com identificação do risco na admissão hospitalar e Prevenção de Lesão de Pele (LP), com avaliação do risco do paciente na admissão, durante toda a internação e se o paciente recebeu o cuidado preventivo apropriado para cada risco de LP. O presente estudo objetiva analisar o Índice de Segurança do Paciente como indicador de qualidade em um hospital terciário no estado do Maranhão. Trata-se de um estudo retrospectivo, de abordagem quantitativa, com análise de dados referentes ao período de Junho/2017 a Junho/2018. Este estudo foi realizado no Hospital São Domingos localizado no Estado do Maranhão, considerado um Hospital de Alta Complexidade. Possui 268 leitos de internação, sendo 54 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 214 distribuídos entre as clínicas médica, cirúrgica, oncológica, pediátrica, neurológica, cardiológica e ortopédica. A coleta de dados ocorreu por meio de auditorias internas, realizadas diariamente, através da aplicação de check list de verificação de conformidade aos protocolos, com análise em prontuários, entrevistas aos pacientes internados com perguntas fechadas, e pesquisa observacional, para a verificação de adesão à prática de higiene das mãos pela equipe multidisciplinar. Foram auditados um total de 18.913 pacientes, 6.249 cirurgias eletivas, e destes, o ISP teve uma média anual de adesão aos protocolos básicos de segurança de 91%, conformidades entre 87% a 95%, e a curva de tendência mostrou-se linear ao longo do período de estudo. Os protocolos que obtiveram maior adesão foram: prevenção de quedas, com avaliação do risco na admissão hospitalar em 99% dos pacientes, seguido do protocolo de cirurgia segura com adesão à lista de verificação em 98% do total de cirurgias auditadas e 90% dos pacientes receberam antibioticoprofilaxia no momento adequado. Dois outros protocolos tiveram destaque, sendo eles, o de prevenção de Lesão de Pele, com avaliação do risco na admissão hospitalar em 94% dos casos e Identificação Segura do paciente, em que 93% dos pacientes auditados estavam em uso de pulseira padronizada pela instituição. O ISP foi uma iniciativa deste Hospital e tem se mostrado um indicador de qualidade estratégico e eficaz, uma vez que, através do gerenciamento mensal, a alta administração, gestores de áreas e demais profissionais de saúde direcionam suas intervenções para redução de riscos, assegurando boas práticas assistenciais.
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Rafael Rossi
ANVISA
R3 Aline
RONALDO RUIZ
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